Povos de terreiro levam luta contra preconceito para Armazém Cultural

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Da Internet até as áreas centrais, ocupar os espaços torna-se cada vez mais necessário

Por Aletheya Alves

Levando comemorações para a região central de Campo Grande, a 1ª Feira Cultural dos Povos de Terreiros foi mais uma ação para celebrar as religiões e destacar a luta contra o preconceito. Organizado pela Federação das Religiões de Povos de Terreiro de MS, o evento destacou o Dia da Consciência Negra e seu empoderamento.

Com autoridades religiosas de várias cidades, a feira transformou o Armazém Cultural em espaço de homenagens àqueles que lutam pelos povos de terreiro.

Influencer de religiosidade, Adrielly Macena, a Dandaféomi, conta que ocupar espaços que vão desde a Internet até áreas centrais continua sendo cada vez mais necessário. “Nós precisamos unir forças, representar nossos direitos e buscar reconhecimento pelo nosso povo“.

Há três anos se dedicando a mostrar o rosto nas redes sociais para falar sobre candomblé e umbanda, Danda detalha que contar sobre a história de seu povo é reforçar a luta diária contra a intolerância religiosa.

Nós falamos o que podemos, expomos nossa verdade e nossa fé para que outras pessoas desmistifiquem o preconceito que elas carregam dentro de si. Nossa luta contra o preconceito é muito grande, então quanto mais espaços a gente puder ocupar e quanto mais nossa voz se fortalecer, mais vamos estar fazendo nossa parte“, explica Dandaféomi.

De Cuiabá, o babalorixá Jupirany de Odé veio a Campo Grande especialmente para o evento e narra que desde manter as vestimentas até falar sobre a religião, tudo ainda enfrenta inúmeras barreiras. “Eventos assim deveriam existir todos os dias, é algo que precisamos praticar. Nós temos que colocar a cara para bater independente do que seja. É necessário difundir que andamos assim pelas ruas e que precisamos ser respeitados“.

E, em meio à música e discursos sobre a importância da resistência, 107 pessoas foram homenageadas com título de Dr. Honoris Causa pela Ordem dos Capelões do Brasil.

Integrando a organização do evento, Alison José Matias dos Anjos conta que a feira surgiu para mostrar que “os povos de terreiro são cultura, dança, comida, teatro, religião, enfim, uma gama enorme de coisas“.  Apesar de outros eventos já serem feitos pela federação, ele detalha que a ideia de entregar os títulos especiais veio como uma reparação histórica.

Nossa presidência foi convidada para receber o título no Rio de Janeiro e gostaram da ideia da Ordem dos Capelões de reparar esse erro histórico em que só quem recebia o título eram católicos e evangélicos“, explica Alison.

Com a entrega dos títulos e espaço para mostrar a importância de eventos, Alison acredita que a comunidade intensifica a visibilidade. “Essa é uma ideia para beneficiar toda a comunidade dos povos de terreiro, sejam eles ciganos, ameríndios, pajelança, umbanda ou candomblé“, completa.

Publicada originalmente em Campo Grande News
Foto: Aletheya Alves

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