A intolerância religiosa e o preconceito contra judeus e muçulmanos

A intolerância religiosa e o preconceito contra judeus e muçulmanos
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Nessa matéria veja como Judaísmo e Islamismo seguem na mira dos intolerantes e de seus discursos preconceituosos

Por Cleber Siqueira

Judaísmo e Islamismo são grandes e distintas religiões e, assim como o Cristianismo, têm em comum o mesmo local de origem, o Oriente Médio. Porém, há algo mais importante do que a geografia, todas têm o mesmo pai, ou, o mesmo Deus.

Mas nada disso se tornou um facilitador e, infelizmente, essas duas religiões continuam sendo alvo de preconceitos.

Fernando Celino, porta-voz da Mesquita da Luz, em São Paulo, nasceu em família católica e se converteu ao islamismo há 17 anos. Nesse período, ele já se acostumou a refutar críticas sobre a religião, mas uma delas merece especial atenção: são os ataques sofridos pelo islamismo por aqueles que confundem os seguidores com terroristas.

O ato de grupos terroristas já contradiz com os próprios princípios da religião. Esses grupos têm outros objetivos. Às vezes políticos, econômicos, de acordo com cada local e eles destorcem passagens da religião para atingir esses objetivos“, explica Fernando.

O artigo 18º da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) prevê que as religiões devem conviver em harmonia. Segundo o artigo, é direito de todo ser humano ter ou não ter uma crença, e que ninguém pode ser perseguido por uma decisão individual.

Porém, muito pouco tem sido assim, e até hoje nem sempre é o que acontece na prática. Recentemente, um estudo realizado por uma fundação ligada ao Vaticano, em 196 países, revelou que em 62 deles, a liberdade religiosa é violada constantemente.

Fernando Celino, porta-voz da Mesquita da Luz
Foto: Reprodução TV Brasil

Nilton Bonder, líder da Congregação Judaíca no Brasil, diz que ao longo da história, os judeus enfrentaram diversos tipos de perseguição, sendo os casos mais conhecidos os da inquisição católica na idade média e o do holocausto, na 2ª Guerra Mundial. Mas o pior é que até hoje ainda são ameaçados por grupos neonazistas.

É assustador você imaginar que depois de um episódio tão traumático como o holocausto, que as pessoas caiam nas mesmas armadilhas de discursos que são preconceituosos, intolerantes“, ressalta Nilton.

Entre judeus e mulçumanos a história de conflitos no Oriente Médio é longa. Porém, anto o rabino como o porta-voz da Mesquita da Luz acreditam que a disputa não tem motivação religiosa e sim, geopolítica.

A religião é só um tempero a mais dentro desse caldeirão. O fundo é a disputa territorial, a questão geopolítica que, enquanto não for resolvida, infelizmente a gente vai ter conflito lá“, explica o porta-voz.

O mundo está passando por várias formas de transformação e até crises. E tudo isso representa insegurança. E a insegurança leva, principalmente, lideranças que acabam se aproveitando e usam desses discursos com alguma intenção de manipulação das pessoas“, finaliza o líder religioso judeu.

Nilton Bonder, líder da Congregação Judaíca no Brasil
Foto: Reprodução TV Brasil

Com informações da TV Brasil
Foto em destaque: Imagem ilustrativa para a Declaração Universal dos Direitos Humanos/Freepik

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Cleber Siqueira

Cleber Siqueira

Jornalista, é autor do livro "Fernando, o menino sem dedos". Fundador e editor do Portal Viver Sem Preconceitos, tem pós-graduação em Sociopsicologia. Sua monografia, intitulada "Homossexualidade, o amor às chamas: um breve ensaio sobre o preconceito", faz uma análise entre a literatura específica e a vida real da população homossexual no início dos anos 2000.

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