Casamento homoafetivo, um chute no preconceito

Casamento homoafetivo, um chute no preconceito
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No Podcast de hoje, Danilo e Gaspar, casados há dois anos, mostram como a vida numa relação homoafetiva é como qualquer outra… apesar do preconceito

A maior parte das características físicas do ser humano é nata. Por isso, durante nosso desenvolvimento construímos uma identidade baseada naquilo que aprendemos e recebemos de nossos pais, somado a aquilo que vemos e ao que a cultura social nos impõe. Mas o que acontece quando a construção da sua identidade entra em conflito com o ensinamento despejado sobre você durante anos?

Quais dúvidas podem surgir quando alguém começa a perceber que ela não é o que todos esperam que seja? O medo de decepcionar aqueles que sempre estiverem ao lado, sem dúvida é uma das primeiras sensações. Mas pode ser pior, o medo do preconceito tende a ser cruel e pode levar à doenças psíquicas. Então, o que será que passa pela cabeça de uma pessoa quando começa a entender que aquela atração que ela sentia pela pessoa do mesmo gênero significa que, na verdade, ela é homossexual?

Danilo Lima Leonardi, de 35 anos e Gaspar Lima Leonardi, de 25 anos estão casados há dois anos e têm histórias distintas sobre esse momento único.

Apesar da descoberta de ambos ter sido praticamente com a mesma idade, existe uma década de diferença entre eles. Danilo diz que a primeira vez que sentiu que podia ser gay, aos 14 anos, foi muito complicado. “Eu não tinha informação, nunca tinha visto um homossexual, minha referência sobre gays era simplesmente de que eram ‘meninos que sentiam atração por meninos’, só isso. Eu não sabia o que o mundo iria me oferecer”

Para ele, o medo do preconceito que um jovem de 14 anos sente, levanta tantas dúvidas que o fez ter receio de não ser aceito pelos pais. “Na hora você pensa, por que eu? Seria muito mais fácil ser hetero. Meu pai já tinha todas as informações que um filho hetero precisava. Parecia que um abismo se abria embaixo dos meus pés”.

Foi também aos 14 anos que Gaspar teve certeza de que era gay, mas as coincidências param por ai. Morando no interior do estado do Piauí e proveniente de família religiosa, tinha certeza que enquanto dependesse da mãe não poderia contar a ninguém que era gay. “Foi assim que eu decidi que tinha de ter minha independência”.

Aos 18 anos, ele sai de casa para conhecer a liberdade, finalmente dar o grito de independência e assumir a homossexualidade, o que acontece assim que ele inicia o namoro com o Danilo e passa a falar da relação deles em redes sociais. “Foi ai que eu senti o preconceito da minha família. Chegaram a me ligar e perguntar porque eu estava postando ‘essas coisas’ e o que minha mãe iria pensar?”

O bate-papo com os dois foi bem bacana e revela outras excelentes histórias. Para saber mais, clique no link abaixo e ouça no podcast.

Foto em destaque: Gaspar e Danilo/Arquivo pessoal

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Cleber Siqueira

Cleber Siqueira

Jornalista, é autor do livro "Fernando, o menino sem dedos". Fundador e editor do Portal Viver Sem Preconceitos, tem pós-graduação em Sociopsicologia. Sua monografia, intitulada "Homossexualidade, o amor às chamas: um breve ensaio sobre o preconceito", faz uma análise entre a literatura específica e a vida real da população homossexual no início dos anos 2000.

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