Sou borderline, e agora?

Sou borderline, e agora?
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Nesse episódio do podcast falamos sobre o transtorno de personalidade borderline com o psiquiatra Thomas Haunol, médico formado pelas Universidades de Viena e de Sorbonne.

Com certeza você já ouviu pessoas dizerem que alguém “foi do céu ao inferno” ou então “foi da água pro vinho”. São frases ditas em situações corriqueiras e, geralmente, autoexplicativas.

Mas existem ocasiões muito parecidas, em que o entendimento é bem diferente.

Por exemplo: quando todo carinho, amor e respeito de um casal são jogados no lixo porque um dos dois imagina ter sido menosprezado, ou quando um momento de festa vira um campo de batalha, de um segundo para o outro, porque alguém “achou” que outra pessoa fez algo “desagradável”, e o resultado de qualquer uma das situações é desentendimento, briga e até violência física.

E o que vem a seguir é um arrependimento monstruoso por parte do causador da confusão, gerando um medo destruidor de ser abandonado. O sentimento de culpa é tão grande que a pessoa só pensa em beber, se mutilar e até cometer suicídio.

São casos como esses, de sentimento extremo e emoções à flor da pele que geralmente são atribuídos à pessoas com transtorno de personalidade borderline. Mas não deveria ser assim.

Segundo nosso entrevistado, o psiquiatra Thomas Haunold, há uma característica que, segundo ele é muito mais marcante e que por ela sim, deveriam ser reconhecidas as pessoas com esse transtorno… a empatia.

Dr. Thomas é médico formado pela universidade de Viena e pela Sorbonne, de Paris. Psiquiatra e psicoterapeuta pela Universidade de São Paulo, fez especialização no tratamento de Borderline e dos transtornos associados.

Na mesma proporção em que inclui a empatia como característica marcante, o psiquiatra difere da maioria da literatura disponível na Internet. Ele diz que o transtorno, em pelo menos 90% dos casos, tem cura; que medicamentos para tratar borderline são praticamente ineficazes quando não há outra comorbidade associada e que existe a possibilidade de remição da doença, mesmo sem tratamento. Obviamente que tudo isso, sempre passando antes por uma criteriosa avaliação clínica.

Para o médico há um forte preconceito contra o borderline e que, por isso, há demasiadas informações falsas sendo difundidas a respeito. Da mesma forma, ele afirma que há muitos diagnósticos errados, o que, consequentemente, levam ao mal uso de medicamentos e dificultam a cura.

Para entender melhor o transtorno, nosso entrevistado recomenda o livro Como Lidar com o Transtorno de Personalidade Limítrofe – Borderline: Guia Prático Para Familiares e Pacientes, de Martin Bohus, que contou com a revisão técnica do próprio dr. Thomas Haunol.

O médico também disponibiliza seu contato de WhatsApp, para pessoas que têm alguma dúvida pessoal ou familiar sobre o borderline. Anota ai: (11) 9.7278.5246.

Sobre o título

Você está entrevistando uma das maiores autoridades em transtorno de personalidade borderline do país e de repente recebe o diagnóstico de que possui uma personalidade borderline, o que você faz?

Bom, eu fiquei bastante curioso e procurei tirar ao máximo todas as informações possíveis do meu entrevistado.

Ao final entendi muito bem a diferença entre personalidade e transtorno.

Ter a personalidade borderline não significa ter o transtorno. Mas para você entender melhor a diferença e saber como o psiquiatra chegou ao diagnóstico, acesse o link abaixo e ouça o podcast.

Foto: Thomas Haunold/Acervo Pessoal

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Cleber Siqueira

Cleber Siqueira

Jornalista, é autor do livro "Fernando, o menino sem dedos". Fundador e editor do Portal Viver Sem Preconceitos, tem pós-graduação em Sociopsicologia. Sua monografia, intitulada "Homossexualidade, o amor às chamas: um breve ensaio sobre o preconceito", faz uma análise entre a literatura específica e a vida real da população homossexual no início dos anos 2000.

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