TDAH, as barreiras do transtorno e o preconceito
Podcast do Viver Sem Preconceitos traz o dr. Clay Brites, pediatra e neurologista infantil, doutor em Ciências Médicas pela Unicamp.
Especialista em Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade, ele explica o que é e quais são os distúrbios ligados ao TDAH. Além disso, batemos um papo sobre o preconceito que atinge as pessoas que têm os transtornos e como a discriminação prejudica a vida em sociedade.
O médico, que também colabora como neurologista infantil do Instituto Neurosaber, conta que nas questões que permeiam o TDAH existe um paradoxo muito claro. “Trata-se de um transtorno muito negligenciado (inclusive na família) ao mesmo tempo em que é muito conhecido dentro do ambiente científico e médico, e com tratamento já muito bem definido“.
Segundo dr. Clay, a Academia Americana de Psiquiatria considera o TDAH um dos transtornos médicos mais estudados, mais esclarecidos e comprovados cientificamente. “Ao contrário do que muitos pensam, o TDAH é amplamente descrito na literatura há mais de 60 anos, com evidências do impacto que causa na família e na escola nos últimos 20“, ressalta.
Porém, nem o longo tempo de difusão foi capaz de minimizar os efeitos do preconceito. Ao falar sobre os dois grandes grupos existentes “Transtornos do neurodesenvolvimento” e “Transtornos neuropsiquiátricos”, o especialista relata como o autismo e a esquizofrenia se sobressaem como os distúrbios que mais levam discriminação a seus pacientes.
Rompendo as barreiras do preconceito nosso bate-papo foi levado ao cotidiano das pessoas que têm os transtornos, sejam do neurodesenvolvimento ou neuropsiquiátricos e o dr. Clay Brites lembra das pesquisas que apontam que, no ciclo de vida do adulto com TDAH, as probabilidades de separação conjugal, problemas com a justiça, acidentes automobilísticos e jamais terminar uma faculdade, são muito maiores.
Para terminar, o médico comenta a importância do diagnóstico precoce, se possível dos 5 aos 6 anos e antes da entrada no ensino fundamental. “Indivíduos com TDAH apresentam três vezes mais riscos de suicídio, cinco a seis vezes mais chances de insucesso profissional e têm muito mais dificuldade de lidar com os conflitos da vida. E se ele fizer um diagnóstico cedo, precoce, vai reduzir e muito tudo isso“.
Tudo isso e muito mais sobre TDAH e como a discriminação prejudica os pacientes, você pode ouvir clicando aqui no link do podcast do Viver Sem Preconceitos.
Foto: Dr. Clay Brites, médico especialista em TDAH/Arquivo Pessoal
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