Xenofobia cresce em todo mundo; Portugal é o novo termômetro?

Xenofobia cresce em todo mundo; Portugal é o novo termômetro?
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Brasileiros residentes em Portugal denunciam casos de xenofobia; comissão portuguesa contra discriminação endossa relatos e professor universitário é demitido.

Em Portugal, o número de brasileiros vítimas de preconceito aumentou. A Comissão de Igualdade e Contra a Discriminação Racial registrou um crescimento de mais de 430% nos casos de racismo e xenofobia nos últimos cinco anos. São situações que não acontecem apenas nas ruas, mas também no ambiente de trabalho e até nas escolas.

Em fevereiro, a Universidade do Porto, demitiu um professor da Faculdade de Economia Pedro Cosme Vieira depois que ele afirmou que brasileiras são “mercadorias”.

Recentemente, a BBC News Brasil compartilhou algumas declarações  de brasileiros que ainda vivem ou viveram em Portugal.

Mulher brasileira vem para cá para roubar o marido das portuguesas

Não é problema meu se você não sabe falar português. Não há água potável no Brasil. Mulher brasileira vem para cá para roubar o marido das portuguesas. Os moradores estão se sentindo incomodados de ver uma pessoa assim como você, estranha, andando por aqui. Brasileiras são todas p*. Você não entende nada. Você é burra. Claro que não, brasileiro vir dar aula aqui?

São brasileiros que fazem parte de uma nova geração de imigrantes, mais qualificados e com maior poder aquisitivo, mas que mesmo assim sofrem com a xenofobia portuguesa.

Dados oficiais do governo português, indicam que os brasileiros formam a maior comunidade estrangeira no país. São mais de 200 mil imigrantes.

A estudante brasileira, Maria Fernanda, de 17 anos, em entrevista ao R7, disse que negaram atendimento a ela em um restaurante pelo fato de ser brasileira “e não disfarçaram“.

Outro detalhe apontado pela estudante é que brasileiros são tachados de “culpados” pela deturpação da língua portuguesa. “Dizem que a nossa língua não é uma língua, é um dialeto”, finalizou.

De modo geral, a xenofobia tem aumentado e se espalhado pelo mundo. Na Europa cresce um preconceito xenofóbico generalizado, em diversos países. Nos Estados Unidos, casos de crimes contra asiáticos, principalmente, têm se tornado comum nos noticiários em todo mundo.

Estima-se que os crimes de ódio nos EUA tenham atingido, em 2020, a maior marca dos últimos 12 anos, com mais de 10 mil pessoas denunciando ofensas relacionadas à sua raça, gênero, sexualidade, religião ou deficiência. Naquele ano, crimes contra americanos asiáticos e negros em particular aumentaram, indicam números do FBI.

Pessoas nos Estados Unidos em campanha contra o ódio e a xenofobia
Foto: Polina Tankilevitch-Pexels

Brasil

Mas não podemos deixar que qualquer tipo de preconceito caia na banalização. No Brasil, assim como o racismo é crime, a prática da xenofobia também é considerada um ato criminoso.

De acordo com a Lei 9459, de 13 de maio de 1997, serão punidos os crimes “resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

Se você é tratado de maneira discriminatória em outra região, isso não é motivo para que você aja com xenofobia quando cruzar com um estrangeiro, ou até com um brasileiro de outro estado. Um erro não absolve outro; um crime não compensa outro. Lembre-se de que existe uma lei. Conheça e exija seus direitos e denuncie.

A energia -positiva ou negativa- que você direciona à outra pessoa, é a energia que volta para você. Vamos tentar fazer do mundo um lugar melhor pra se viver, um lugar com menos preconceitos.

Foto em destaque: Região do Bairro Alto, Lisboa / Nextvoyage-Pexels

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Vamos fazer do mundo um lugar melhor para se viver,
um lugar com menos preconceitos!

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Cleber Siqueira

Cleber Siqueira

Jornalista, é autor do livro "Fernando, o menino sem dedos". Fundador e editor do Portal Viver Sem Preconceitos, tem pós-graduação em Sociopsicologia. Sua monografia, intitulada "Homossexualidade, o amor às chamas: um breve ensaio sobre o preconceito", faz uma análise entre a literatura específica e a vida real da população homossexual no início dos anos 2000.

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