Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

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A data marca tragédia ocorrida na África do Sul

21 de março de 1960, Shaperville, África do Sul, 20 mil negros protestam contra uma lei da política do Apartheid que limita os lugares por onde eles podem circular. Apesar da manifestação pacífica, tropas do Exército atiram contra a multidão, 69 pessoas morrem e outras 186 ficam feridas.

A partir daquele momento, o episódio ficou conhecido como “O massacre de Shaperville”.

Em memória à tragédia, em 21 de novembro de 1969, a Organização das Nações Unidas instituiu o 21 de março como o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.

Apesar do massacre ter ocorrido na África do Sul, o racismo até hoje se faz presente de forma naturalizada diariamente, fazendo vítimas ao redor do mundo.

O Apartheid foi uma política de separação das raças que tirou os direitos da população negra. O regime contava com a Lei de Passe, que  exigia que os negros deveriam portar um documento com o indicativo dos lugares e horários que poderiam circular pela cidade. Quem não apresentasse a autorização ao ser parada pelas forças policiais, seria detido. Foi nesse contexto político que, em 1960, nacionalistas africanos decidiram organizar uma manifestação.

O grupo que levou à frente essa ação decidiu que os negros, nas suas respectivas cidades, deveriam entrar nos centros das cidades e ir diretamente para onde estavam as delegacias de polícia para que se mostrassem sem passes”, ressalta o professor e historiador Dionisio Baró. Em seguida, explica o motivo, “Desse modo, eles seriam presos por violar as leis, mas, como se tratavam de milhares de pessoas com essa desobediência civil, seria impossível para esta minoria branca e suas forças repressivas prenderem todo mundo, toda uma população. Porém, em uma das cidades, Sharpeville, as forças policiais responderam a essa manifestação pacífica abrindo fogo e acabaram matando aproximadamente 70 pessoas e deixando mais de 180 feridos”, diz.

A partir desse momento, o mundo inteiro passa a conhecer mais profundamente como funcionava o regime do Apartheid e o que estava acontecendo dentro da África do Sul. Assim, a luta contra a segregação racial começa a se espalhar por todos os continentes. “No mundo ainda falta muito para se fazer. É necessário continuar essa luta porque o racismo é uma ideologia que estabelece a crença na existência biológica de raças, conceito que a Ciência vem, há muitos anos, rejeitando. E, por outra parte, o racismo acredita que essas raças têm determinados comportamentos, formas de atuar e pensar, além de características psicossociais específicas, o que também é falso. Desta forma, o racista determina que o branco tem qualidades e condições positivas – belo, inteligente e trabalhador -, enquanto o negro, indígenas e asiáticos têm características negativas. Essa ideologia, na África do Sul, chegou ao seu máximo, com atitudes absurdas. E hoje, embora o regime do Apartheid já não exista, a ideologia segue viva, infelizmente, e adaptando-se a nova situações no mundo. É um mal que precisa de um grande esforço para ser eliminado”, comenta Dionisio Baró.

Fonte: Portal Ufpa
Foto: Polina Tankilevitch/Pexels

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Cleber Siqueira

Cleber Siqueira

Jornalista, é autor do livro "Fernando, o menino sem dedos". Fundador e editor do Portal Viver Sem Preconceitos, tem pós-graduação em Sociopsicologia. Sua monografia, intitulada "Homossexualidade, o amor às chamas: um breve ensaio sobre o preconceito", faz uma análise entre a literatura específica e a vida real da população homossexual no início dos anos 2000.

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