Lute como uma gorda
Mas lute também como uma mulher elétrica que mistura jornalismo e literatura com cafeína, fósforo e gasolina
Nossa entrevistada desse episódio do podcast, a jornalista Jéssica Balbino, é gorda. Não é obesa, é gorda! Pelo menos é o que ela diz. Assim como diz também que “a gordofobia causa mais problemas às pessoas gordas do que a quantidade de gordura abdominal“.
Mas ela, que também é mestre em Comunicação, deixa claro que sua vida não se resume ao seu corpo e acredita que pode transformar o mundo por meio de suas narrativas.
E para fazer jus à sua crença, leva uma vida, digamos… elétrica. É criadora e editora do Margens, um projeto que difunde conteúdo sobre mulheres periféricas na escrita; é professora de cursos livres e autora dos livros “Hip-Hop – A Cultura Marginal“, “Traficando Conhecimento” e “gasolina & fósforo – meu corpo em chamas” (no prelo) . Curadora de eventos literários em todo país, estuda psicanálise e diz que ama podcast e café.
Para completar, escreve sobre corpos para o portal Puta Peita e para o jornal Estado de Minas, onde é colunista.
Podemos dizer que o ativismo da nossa convidada contra gordofobia começou ao mesmo tempo em que ela decidiu que não queria mais emagrecer, há pouco mais de uma década.
Hoje, ela rechaça, por exemplo, a falta de estrutura e de preparo de hospitais e laboratórios para receber pessoas gordas, que pelo fato de, invariavelmente, não terem balança ou aparelhos de ressonância magnética adequados, encaminham os pacientes à hospitais veterinários. “Ou seja, o grau máximo de desumanização de um corpo“, diz.
Jéssica ressalta que a gordofobia é algo bem recente, porém há um contrassenso. Ela afirma que 56% da população brasileira são de gordos ou de pessoas com sobrepeso, e isso é o que causa mais estranheza, pois o padrão dominante é o mais perseguido; já o padrão que se busca “não existe e não vai chegar nunca, pois se você for magra, não pode ter estrias, e se não tiver estrias, tem de ter o nariz afilado e se tiver o nariz afilado, você tem de ter os dentes brancos, e se eles forem brancos, têm de ser retos e se forem retos, os lábios têm de ser carnudos […] e ai chega-se à conclusão que não existe um número de modificações corporais para atender o padrão considerado ideal pela sociedade“, aponta.
Nos links abaixo você pode conhecer um pouco mais de Jéssica Balbino.
Acesse o portal Puta Peita e veja o trabalho desenvolvido por nossa entrevistada.
Para ler a matéria “Setembro amarelo: Saúde mental para quais tipos de corpos?”, basta clicar aqui.
Lute como uma gorda
O título dessa matéria foi extraído da tese “Lute como uma gorda: gordofobia, resistências e ativismos“, de Malu Jimenez Jimenez, que você pode ter acesso à análise feita por Jéssica Balbino, clicando aqui
Quer saber mais sobre gordofobia? Quer se tornar uma pessoa melhor e entrar na luta contra esse preconceito? Acesse o link abaixo e ouça o podcast. Lá, tem muito mais informação.
Fotos: Jéssica Balbino/Arquivo Pessoal
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