Porquê devemos falar sobre transtornos mentais sem preconceito
Não! Não é frescura. As dores emocionais existem. São sentidas, causam agonia, tristeza e ansiedade, e romper os preconceitos que as cercam estão entre as barreiras mais difíceis que existem. Mas é possível.
Por Redação*
Um dos obstáculos que se destacam na manutenção dos preconceitos é o tabu com relação aos transtornos mentais. O ser humano convive com a loucura há milênios e, antes de se tornar um tema essencialmente médico, a loucura esteve presente em todo o mundo e diversas maneiras. De pessoas marginalizadas por não se enquadrarem nos padrões vigentes, à motivo de chacota ou seres possuídos por demônios, assim era vista a loucura pelos locais onde se fez presente. E, hoje, associar esses transtornos mentais à loucura é ainda algo bastante comum.
Segundo Nathália Ynae Marrique Giroldo, psicóloga e chefe de Saúde Mental do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP), programa mantido pela Secretaria de Saúde de Umuarama, em entrevista ao jornal Umuarama Ilustrado, “temos que desconstruir isso para que as pessoas deixem de ter receio, vergonha de pedir ajuda“.
Na entrevista foram destacados diversos outros importantes pontos que devem ser abordados sem preconceitos e com mais frequência sobre os transtornos mentais, visando a eliminação do tabu.
– Setembro Amarelo –
Para derrubar tabus, foi criada a campanha Setembro Amarelo, que vem para discutir e desmistificar os transtornos mentais, para que todos possam entender que é uma doença, que tem cura, mas para isso, necessariamente é preciso reconhecer que existe um problema e pedir ajuda.
– SAP –
Levantamento do SAP aponta que entre janeiro e junho o serviço atendeu 1.570 pacientes com algum transtorno mental, seja depressão, crises de ansiedade ou em situações mais graves, onde a pessoa já tentou o suicídio.
– Adolescentes –
Não há um perfil definido entre os pacientes, mas o que chama a atenção é a quantidade de adolescentes. A estimativa é que mais de 150 pessoas entre 12 e 17 anos estejam em atendimento no local.
– Causas –
A maior parte já se auto lesionou ou se intoxicou com medicação que estava a disposição em casa. As causas são as mais variadas, passam por situações de bulling na escola, desentendimentos em casa, crises de ansiedade que podem ser geradas por se sentirem pressionadas, com medo, frustradas, perdidas. O importante é o olhar atento dos pais para perceber quando seu filho está sofrendo.
– Diálogo –
Segundo Nathália Marrique, a depressão é um distúrbio afetivo que pode ter grande impacto no jeito de lidar com a vida e com as atividades. “Tem como características a tristeza que não vai embora, perda de interesse ou prazer em coisas que antes gostava, sentimentos de culpa ou inutilidade, baixa autoestima, alteração de sono e apetite, cansaço que não vai embora mesmo depois de descansar“, afirmou.
São sintomas que acendem o alerta para a necessidade de ajuda. “O diálogo é fundamental, ele fecha a porta do suicídio. Mas a falta de diálogo também pode abrir essa porta“, disse a psicóloga. Ela ainda salientou que é importante perguntar como a pessoa quer ser ajudada. “As vezes queremos impor a nossa ajuda, sem considerar a necessidade da outra pessoa“, frisou.
– Onde buscar ajuda –
Se a pessoa estiver em crise, o Samu deve ser acionado imediatamente para a pessoa ser levada até o Pronto Atendimento. Nestes casos, no dia seguinte o próprio PA encaminha o paciente ao SAP para iniciar tratamento psicológico e psiquiátrico. Os médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) também podem encaminhar a pessoa para tratamento do SAP.
*Com informações do jornal Umuarama Ilustrado
Foto: Andre Moura/Pexels
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