A descoberta da homossexualidade: pais e filhos
No terceiro episódio da série do mês do orgulho LGBTQIAP+, um breve ensaio sobre a descoberta da sexualidade: filhos que sabem sua orientação sexual e pais que têm de respeitar os filhos
Por Stelita Ximenes
No episódio anterior falei que ser gay, lésbica, trans etc é saber que a vida terá de ser tratada com mais atenção.
E quando essa vida ainda está na fase da infância, o que acontece? O que passa na cabeça desse jovem?
Segundo a psicóloga Gabriela Palma Veneziano Monea, essa descoberta geralmente acontece na pré-adolescência, por volta dos 12 anos. A fase em que eles começam a ter interesse pelo sexo e, nesse caso, por pessoas do mesmo sexo.
Nessa fase, muitos jovens participam de brincadeiras sexuais e ainda podem confundir identificação com atração sexual. “Estão no período do desenvolvimento sexual”, e ainda devem amadurecer e definir a identidade sexual. “Geralmente, quando chegam à puberdade, seu interesse mostra-se mais definido – ou interessam-se pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo”, explica a psicóloga.
Porém, essa descoberta muitas vezes fica guardada com o jovem. Geralmente, eles preferem que os pais não saibam sobre sua sexualidade e, por isso, retardam o maior tempo possível ou até, dependendo da atitude dos pais com relação ao tema, jamais revelam. Pais afetuosos e compreensivos, com atitudes positivas têm maior chance de ver seus filhos se abrirem; pais preconceituosos tendem a intimidar os filhos, deixando-os desconfortáveis e temerosos a uma conversa reveladora.
Seja como for, caso o filho tenha o desejo de contar aos pais sobre sua homossexualidade, Gabriela diz que ele só deve fazer isso quando já estiver certo de sua orientação sexual. O que só será possível depois de passar pela fase de experimentação e descobertas.
Sobre os sinais que podem indicar aos pais que o filho é homossexual, Gabriela contou, em entrevista ao site Marisa psicóloga, que “os sinais mais claros estão ligados à identificação de gênero. Com os meninos nota-se ligação maior com as meninas, são mais delicados, sensíveis, vestem-se de forma mais cuidadosa e com as meninas ocorre a identificação oposta, vestindo-se de forma mais masculina e mostrando interesses em assuntos ligados a esse universo.”
Vale lembrar que o fato de um menino gostar de brincar de boneca ou de uma menina gostar de futebol, não significa que são homossexuais. “Existe um conjunto de fatores que sinalizam essa preferência e esses citados anteriormente são apenas alguns deles”, ressalta a psicóloga.
Passadas todas essas questões, qual é a melhor forma de um filho contar aos pais sobre sua orientação sexual? “A melhor forma de contar para os pais é da maneira mais natural e franca possível. O filho deve explicar que se sente diferente desde determinada idade, que sempre olhou para pessoas do mesmo sexo com interesse sexual e que está seguro sobre sua identidade sexual. Não existem palavras corretas nesse caso. O melhor é que haja espaço nessa relação para que o filho sinta-se confortável e seguro em contar para os pais o que ocorre com ele”, finaliza a psicóloga.
Foto em destaque: 42North/Pexels
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