Alfabetização digital na terceira idade
Quando quebrar barreiras significa construir pontes para o futuro
Por Álvaro Sena Filho*
A era digital não é mais uma exclusividade dos jovens. A cada dia, mais pessoas da terceira idade se conectam ao mundo virtual em busca de autonomia, conectividade e acesso à informação. Essa jornada não apenas abre portas para a inclusão social, saúde e bem-estar, mas também promove uma vida mais plena e ativa.
Hoje, trago para vocês um exemplo inspirador: a história de Massako Wakamya, uma japonesa que, aos 81 anos e após se aposentar, decidiu mergulhar no mundo da tecnologia e aprender a programar jogos. Desenvolvendo o jogo de quebra-cabeça “Hinadan”, ela se tornou um símbolo vivo de que a idade não é um obstáculo para o aprendizado e a superação.
Estudos comprovam os benefícios da tecnologia para manter a mente ativa. Uma pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association revelou que adultos mais velhos que usaram computadores por pelo menos 10 horas por semana apresentaram um risco 40% menor de desenvolver demência do que aqueles que não os utilizaram.
Outro estudo, publicado no periódico Neurology, apontou que pessoas que jogaram videogames por pelo menos 3 horas por semana tiveram um risco 30% menor de desenvolver Alzheimer do que os não jogadores. Por fim, um estudo publicado no PLOS One evidenciou que o uso de aplicativos de saúde mental pode ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade e depressão.
Aprender algo novo na tecnologia é essencial para turbinar o cérebro. Não é preciso tornar-se um programador, mas sim manter a mente ativa e curiosa até o fim de nossas vidas. Nas aulas de tecnologia, ajudamos os idosos na independência digital, ensinando tarefas como pagamento de contas online, agendamento de consultas, compras, comunicação com amigos e familiares, e acesso a notícias e eventos online. Essas habilidades não só combatem a solidão, mas também contribuem para a saúde mental e física dos idosos.
A alfabetização digital na terceira idade é um direito e uma necessidade. É fundamental garantir acesso à tecnologia e desenvolvimento de habilidades digitais para promover inclusão social, autonomia e bem-estar para essa parcela da população. A Associação Brasileira de Apoio à Terceira Idade (Abrati) atua na promoção do envelhecimento saudável e ativo, oferecendo diversos programas e serviços. Como fundador da Abrati, acredito que a tecnologia é uma ferramenta poderosa para a inclusão social e o bem-estar dos idosos. Através da alfabetização digital, é possível garantir que essa população tenha acesso a oportunidades e recursos para viver uma vida plena e autônoma.
Passos para Aprender Tecnologia
-Comece com o básico: familiarize-se com o funcionamento do computador, tablet ou smartphone.
-Explore os recursos online: aprenda a realizar pesquisas na internet e a navegar em sites relevantes.
-Pratique o uso de aplicativos: experimente aplicativos de mensagens, redes sociais e entretenimento para se familiarizar com eles.
-Participe de cursos ou workshops: procure por programas de alfabetização digital oferecidos localmente ou online.
-Não tenha medo de errar: lembre-se de que é normal cometer erros ao aprender algo novo, então seja paciente consigo mesmo e persista.
*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP
Álvaro Sena Filho/Abrati
Colunista VSP
Fundador e presidente da Abrati. Nascido no interior de São Paulo, Álvaro trabalhou na roça até os 15 anos, hoje coordena a instituição que oferece ao público 50+ um espaço de convivência com cursos e atividades gratuitas como informática, Inglês, dança, exercício físico funcional sênior, yôga Terapia, terapia grupo de movimento, pilates, arteterapia, coral, hatha yoga, body combat sênior e karatê sênior entre outras.
Foto: Andrea Piacquadio/Pexels
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