Pessoas trans: respeito e sensibilidade
Evitar termos insensíveis ainda é um desafio em relação a pessoas transsexuais
Por Nelly Winter*
A sociedade contemporânea tem testemunhado avanços significativos na compreensão e aceitação da diversidade de identidades de gênero. No entanto, mesmo diante desses progressos, ainda persistem desafios relacionados ao respeito e à sensibilidade em relação às pessoas transsexuais. Este texto tem como objetivo abordar termos que podem ser ofensivos e prejudiciais quando direcionados a essa comunidade, destacando a importância da linguagem respeitosa para promover uma convivência mais inclusiva e acolhedora.
Antes de explorar os termos a serem evitados, é crucial compreender a complexidade da identidade de gênero. Diferentemente do sexo biológico, a identidade de gênero refere-se à percepção interna e profunda de ser homem, mulher, ou algo diferente, enquanto a expressão de gênero envolve a manifestação externa dessa identidade. Pessoas transsexuais são aquelas cuja identidade de gênero difere do sexo designado ao nascimento.
O termo “travesti”, muitas vezes utilizado de maneira pejorativa, é um exemplo de linguagem inadequada. Ele tem sido historicamente associado a estigmas e preconceitos, desrespeitando a identidade de gênero das pessoas transsexuais. O correto é utilizar o termo que a pessoa prefere para se referir a si mesma.
Expressões que sugerem que a identidade de gênero é uma escolha, como “opção sexual” ou “estilo de vida”, são extremamente ofensivas. A identidade de gênero é intrínseca e não uma decisão consciente. Utilizar termos que desconsideram essa realidade contribui para a perpetuação de estigmas prejudiciais.
O não uso dos pronomes adequados, como “ele”, “ela” ou “they” (em inglês), é uma forma de desrespeito à identidade de gênero. Respeitar os pronomes preferidos pela pessoa trans é fundamental para reconhecê-la como indivíduo e validar sua experiência.
Deliberadamente usar pronomes errados para desrespeitar uma pessoa trans é um ato de discriminação. A aceitação e o respeito pela identidade de gênero alheia requerem a atenção cuidadosa aos pronomes corretos, demonstrando uma postura inclusiva e empática.
A desconstrução de preconceitos passa pela educação e sensibilização da sociedade. Promover diálogos abertos sobre identidade de gênero, conscientizando sobre a importância de termos respeitosos, é essencial para criar uma cultura mais inclusiva.
A desconstrução de estigmas relacionados à identidade de gênero é um passo fundamental para criar um ambiente mais seguro e respeitoso. Ao conscientizar as pessoas sobre a impactante influência de palavras e termos, é possível contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.
Em conclusão, a escolha de palavras e termos ao interagir com pessoas transsexuais é uma responsabilidade que todos compartilhamos. A linguagem inadequada pode perpetuar estigmas, preconceitos e desrespeitos. Ao adotar uma abordagem consciente e sensível, contribuímos para a construção de uma sociedade mais inclusiva, onde cada indivíduo é respeitado em sua totalidade, independentemente de sua identidade de gênero.
*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP
Nelly Winter
Colunista VSP
Cuiabana de chapa, artista, escritora, publicitária, poetisa, palestrante, mestre de cerimônias e cerimonialista, questionadora de tabus, voluntária em ONG’s, apaixonada por pessoas, fascinada por divas do pop, amante de livros e DRAG QUEEN. O podcast DragPod é apresentado por ela. Nelly Winter foi criada por Thon Silva há 20 anos. E o que era hobby no início, hoje tem o objetivo debater os tabus sociais, com a finalidade de desmistificar rótulos impostos por uma sociedade machista.
Foto: Brian Jiz/Pexels
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