As mulheres da minha vida

As mulheres da minha vida
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Demonstrações exacerbadas de machismo diante uma mulher tendem a mostrar mais sobre misoginia e frágil masculinidade do que sobre qualquer superioridade pretendida pelo homem. Bom, se isso é verdade… eu prefiro ama-las

Por Cleber Siqueira

Pela chamada acima (o “olho” do texto), talvez você imagine que lá vem texto de combate à discriminação contra mulheres, não é verdade?

Só que não, hoje não! Na verdade, esse artigo foi escrito para celebrar o Dia Internacional das Mulheres. Foi pensado para enaltecer a mulher;  mostrar a importância de cada uma delas, de diferentes formas e situações em nossas vidas, e provar que nós homens sempre temos a ganhar quando o assunto é ter alguém do sexo feminino ao nosso lado, como nossa companheira.

Eu, por exemplo, sou um cara de sorte, posso dizer que tive (e tenho) cinco mulheres especiais em minha vida.

A primeira delas, é minha mãe… a que me colocou no mundo, a primeira pessoa que me alimentou, que me abraçou, me beijou, me deu carinho, que riu muito comigo e que suportou meus choros, minhas birrices, minhas loucuras, que aguentou todas as vezes em que fui estúpido com ela e, mesmo assim, me deu colo e cafuné. Ela nunca me abandonou; ela me educou… e mais do que me dar o amor que ela podia dar, ela me deu o amor que eu precisava.

Também junto com meu nascimento surge outra dessas mulheres. Uma das irmãs de minha mãe que, à época, com apenas 11 anos, decidiu que eu seria o sobrinho querido dela, aquele a quem ela se dedicaria e, claro, seria minha madrinha. Tamanha devoção quase gera uma briga com uma das irmãs do meu pai. Ânimos contidos, a paz voltou a reinar. Porém, um câncer abreviou demais a passagem da minha madrinha entre nós. Mas as festas em família, sua dedicação a mim e os almoços exclusivos aos domingos que ela me oferecia depois da missa, estarão sempre em meu coração.

A terceira mulher dessa lista é também minha mãe. Algumas pessoas chamam de segunda mãe, outras chamam de sogra. Eu chamo de mãe, afinal mãe foi o que ela foi, e ainda é o que representa em minha vida. Em uma das primeiras conversas sérias que tive com ela, eu ouvi em um bom sotaque bem português : “Meu filho, a Odete é minha única filha, então se eu não puder tratar você como meu filho, acho que nem vale a pena”. Ah, minha “veinha” nossos 27 anos juntos valeram muito a pena… valeram cada minuto, cada viagem, cada fofoca diária por telefone, cada almoço, natal e todos os beijos na testa que jamais deixei de te dar. Vale até pela saudade que ainda sinto dela.

A lista se completa com as duas últimas mulheres que chegaram à minha vida: minha esposa e minha filha. Às vezes me pego pensando o quanto sou abençoado por Deus e, em não raros momentos, duvido se realmente sou merecedor de tantas bênçãos.

Duvido porque 33 anos atrás conheci a pessoa que iria mudar minha vida. A mulher que me ensinou que o amor pode ser veloz e que se instala na velocidade da luz, mas não é fugaz. A mulher que sofreu mais do que eu mesmo em cada um dos momentos em que minha vida correu perigo; a mulher que, mais do que com palavras, com ações jamais permitiu que eu abaixasse a cabeça; e com sua força natural sempre conseguiu com seus braços finos a tirar de cima de mim o mundo que, em minhas costas, me colocava no chão.

Essa mesma mulher, que me deu a mão, me ajudou a levantar e disse: “levanta que estou contigo”, é a mesma que me presenteou com os filhos mais belos do mundo. E um deles, na verdade, é ela… minha caçula, a mulher que entrou por último na lista.

Que homem que sempre desejou ter dois filhos nunca sonhou ter um casal? Alguns anos após o casamento tivemos nosso primeiro filho, um garoto. Então, faltava uma menina… e ela veio! Quase oito anos depois do Lucas, chega a Gabriela. E veio com carimbo de sósia do pai! Não pela aparência, mas pelos modos, comportamento, gostos (alimentares e culturais); veio, inclusive, com o afã de combater os preconceitos. Na escola, não alivia para ninguém que pratica bullying ou discrimina colegas e, o mais importante, tem cada vez mais recebido apoio de amigas e amigos. Ela não está só!

Ela nunca esteve só, e ela sabe disse. A caçula da minha lista vive dizendo (e escrevendo) que mais do que um pai, eu sou o melhor amigo que ela poderia ter. Que enquanto eu existir, ela jamais estará só.

Na verdade, acredito que estarei com ela mesmo quando eu não mais existir.

As mulheres da minha vida jamais me abandonaram, então isso é o mínimo que tenho de fazer por elas, e enquanto fizer, farei com e por amor.

Que nós homens deixemos de ser machistas, que saibamos valorizar nossas mulheres pelo o que elas são e não por nossos parâmetros masculinos, que o respeito e o amor estejam em primeiro lugar e que, enfim saibamos reconhecer que sem elas a vida é muito, mas muuuito “xoxa”.

Feliz Dia das mulheres a cada uma e a todas vocês e, especialmente, a todas as mulheres da minha vida.

Foto: Ellen Kenninger/Pexels

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Cleber Siqueira

Cleber Siqueira

Jornalista, é autor do livro "Fernando, o menino sem dedos". Fundador e editor do Portal Viver Sem Preconceitos, tem pós-graduação em Sociopsicologia. Sua monografia, intitulada "Homossexualidade, o amor às chamas: um breve ensaio sobre o preconceito", faz uma análise entre a literatura específica e a vida real da população homossexual no início dos anos 2000.

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