Somos coloridos: luta pela dignidade e respeito no MT

Somos coloridos: luta pela dignidade e respeito no MT
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Ter coragem e resistência na luta contra os crimes da LGBTfobia num cenário dominado pelo machismo, é o que determina ser drag queen no estado do Mato Grosso

Por Nelly Winter*

Ser drag queen em Mato Grosso é um ato de coragem e resistência em um cenário marcado por valores machistas e patriarcais. Vivemos em um estado onde os números de feminicídio e crimes de LGBTfobia são alarmantes, revelando uma realidade violenta e opressora para quem ousa ser diferente. Enfrentar esses desafios diários é, em si, um grito de liberdade e uma postura firme contra a opressão.

Já fui alvo de censura, mas isso jamais me impediu de seguir em frente. Pelo contrário, transformei minhas experiências em palavras e publiquei o livro “Somos Coloridos“, que considero um farol em meio à escuridão. Se uma única pessoa se sentir transformada após a leitura, toda a minha luta diária já terá valido a pena. Meu desejo é ser lembrada como a drag queen que, em Mato Grosso, batalhou incansavelmente por equidade e respeito, mesmo sem saber quando ou como essa batalha terá fim.

A sociedade impõe padrões que privam muitos de viverem plenamente, especialmente aqueles que não se enquadram nas expectativas heteronormativas. Essa realidade precisa mudar. Não podemos mais aceitar o confinamento psicológico e social representado pelo “armário”. É hora dos preconceituosos enfrentarem as consequências de suas atitudes, muitas vezes baseadas em falsas doutrinas e visões políticas retrógradas.

Cada pessoa possui sua própria cor, e essa diversidade deve ser vista como parte essencial da vida em sociedade. Em vez de julgar a intimidade alheia, é necessário que nos concentremos em respeitar uns aos outros. O mundo pode não ser naturalmente colorido, mas é nossa responsabilidade espalhar nossas cores onde quer que estejamos, promovendo respeito e inclusão.

Meu sonho é ver Mato Grosso ser lembrado não apenas como o estado do agronegócio, mas também como um lugar onde o respeito e a dignidade humana sejam prioridades. Não podemos mais viver com o medo constante de não voltar para casa. A transformação que tanto desejamos começa com a aceitação de quem somos, todos nós, coloridos, e merecemos ser tratados com igualdade e respeito.

*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP

Foto: Cartaz de Nelly Winter em apoio ao Dia Internacional do Orgulho LGBT+/Reprodução Rede Social

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