Ongs não acompanham o fim… mostram um recomeço
Saúde, educação e moradia é básico para todo cidadão conseguir acessar outras esferas da sua vida
Por Viviane Lopes*
No processo do envelhecimento, ao avançarmos na idade, é triste para a pessoa idosa se reconhecer frágil e com sua saúde debilitada; é triste não ter acesso às novas informações e conhecimento para favorecer sua inclusão social e se conectar com as novas gerações; e mais sofrido ainda é não ter seu cantinho para morar ou ter que dividir sua casa com os filhos sem condições de pagar um aluguel.
Os idosos pensam em sua demanda, principalmente financeira e emocional, mas na hora de avaliar as necessidades também levam em conta as dificuldades que seus filhos e netos vivem.
Pensar que se não tenho o básico, tenho que desconsiderar a importância de ações culturais e de lazer, não me parece saudável. O idoso quer e precisa se divertir sim, e aprender coisas novas. Este é o momento dele de “viver a vida”. O desconhecimento dos princípios que regem sua atuação como cidadão, é um dos motivos das organizações desenvolverem trabalhos com idosos contribuindo muito para amenizar esta falta no campo do lazer e da cultura, pois encontram formas e soluções para trazer isto a esta população.
Uma organização não governamental tenta responder a demanda de uma população que tem seus direitos assegurados pelo estatuto do idoso. Além de participar de várias atividades, os beneficiários passam a ter mais conhecimento de suas potencialidades e não só minimizando suas fragilidades características que acompanham a própria fase da vida. Quando você convive com outros que são seus espelhos e buscam melhora na qualidade de vida, equilíbrio emocional e físico; eu aumento minha autoestima e me empodero do que preciso. Por consequência, não me sinto excluído e crio uma identidade grupal que me apoia. Ganho voz.
A maior fragilidade está dentro da própria família. Por isso que quanto mais a pessoa idosa for participativa em atividades grupais oferecidas pelas ONGS e Centros de Convivência, mais força e voz ela ganha. Muda a maneira como atua no mundo, e a família observa estas mudanças atingindo futuras gerações dentro do próprio núcleo familiar. São 20 anos de estatuto; ainda é pouco. O trabalho é de formiguinha, de grande impacto e de lindos recomeços.
*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP
Viviane Lopes/Abrati
Colunista VSP
Psicóloga formada há 28 anos pela Universidade São Judas Tadeu, Viviane tem especialização em Psicodrama e Yoga. É diretora de Teatro Senior, atriz, cantadeira e arteira. Já trabalhou na área da saúde, e hoje atua com educação e clínica, além de trabalhar há 30 anos na área social com o público longevo. É Coordenadora Técnica da Abrati.
Foto: Nina M/Pexels
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