Seguindo os caminhos traçados pelos Super-Idosos

Seguindo os caminhos traçados pelos Super-Idosos
Compartilhe este artigo

Não cabe a nós, que estamos em processo de amadurecimento, abrirmos mão de sonhos a longo prazo, nem da euforia que a expectativa pelo futuro nos proporciona

Por Juraciara Vieira Cardoso e José Milton Cardoso Junior

Você já se perguntou como podemos envelhecer melhor e com mais vitalidade, mantendo a mente afiada e desfrutando uma vida mais agradável? À medida que vamos amadurecendo nossas expectativas em relação ao futuro podem mudar, mas será que precisamos abrir mão dos sonhos audaciosos e do prazer de antecipar o que está por vir? No texto de hoje vamos explorar o fascinante mundo daquelas pessoas que desafiam os prognósticos e vivem uma vida repleta de saúde física e mental, apesar da idade avançada.

Simone de Beauvoir, em seu livro Balanço Final, relata que, quando jovem, ia alegremente ao encontro da mulher que ela seria no futuro e que aos 63 anos, momento em que escreveu o livro, se dedicava apenas a projetos de curto prazo, tais como uma viagem, uma leitura ou um encontro, já que o grande arrebatamento que a impulsionava havia desaparecido. Mas será que precisa acontecer o mesmo conosco?

Desde que o mundo é mundo ouvimos que o envelhecimento leva necessariamente ao declínio cognitivo e ao aumento da prevalência de doenças crônicas, no entanto, alguns estudos vêm demonstrando que há um percentual de idosos que desafia essa expectativa prevalente e envelhece com uma excelente saúde física e mental.

Para denominar essas pessoas, a Medicina criou uma categoria para classificar esses indivíduos que envelhecem extraordinariamente bem, são os chamados super-idosos, que seriam aqueles octogenários que, em testes cognitivos, mostram desempenho compatível com alguém de 50 ou 60 anos. Tais pessoas também se caracterizam por não possuírem patologias capazes de afetar sua qualidade de vida.

Os estudos ainda não definiram as razões que levam tais pessoas a envelhecerem tão bem, mas alguns pontos em comum chamam a atenção dos pesquisadores. Um estudo publicado no Journal of Aging Research & Clinical Practive afirma, como não poderia deixar de ser, que a genética é fator importante para a manutenção da qualidade de vida, já que os pesquisadores descobriram que há certos tipos de genes capazes de influenciar a resistência a doenças crônicas e proteger o cérebro contra o declínio cognitivo.

Um outro estudo, agora publicado na British Medical Journal no ano de 2015, nos traz a informação de que a genética, apesar de relevante, não é determinante, já que foi percebido que é também comum aos super-idosos a adoção e manutenção de um estilo de vida saudável, o que inclui dieta equilibrada, exercícios físicos regulares, controle do estresse, qualidade adequada de sono e a evitação de comportamentos de risco.

Apesar de ainda não comprovado cabalmente, outras pesquisas ainda sugerem que tais pessoas tem uma maior reserva cerebral e, com isto, possuem mais capacidade de compensar os efeitos do envelhecimento em regiões específicas do cérebro, o que poderia explicar a preservação da função cognitiva face às alterações relacionadas à idade.

Questão interessante foi percebida pelos pesquisadores, que notaram que entre os super-idosos havia uma grande maioria que estava envolvida com atividades intelectuais estimulantes, tais como a leitura, a escrita, os jogos ou o aprendizado de novas habilidades, demonstrando que para viver com qualidade de vida não podemos nos esquecer de manter sempre a mente ativa e exposta a desafios constantes.

Mas talvez um dos pontos mais incontroversos encontrados pelos pesquisadores se relaciona à presença de suporte social de tais idosos. O suporte social se refere à disponibilidade de relações sociais, interações e apoio emocional provenientes de familiares, amigos, comunidade e grupos sociais.

De acordo com os estudiosos o suporte social proporciona uma rede de apoio emocional que auxilia na redução do estresse e da solidão, comuns nessa fase, do mesmo modo que fornece estímulo cognitivo e desafios mentais, já que participar de conversas e debates estimula que a mente se mantenha afiada.

A Medicina ainda não nos forneceu respostas seguras de como podemos nos tornar um super-idoso, mas as pesquisas em andamento nos sugerem que a genética, um estilo de vida saudável, atividades intelectuais estimulantes e um sólido suporte social desempenham um papel fundamental na busca por longevidade com qualidade de vida.

Ainda que não cheguemos a ser um super-idoso, devemos abraçar todas as possibilidades que a vida nos oferece, independentemente da nossa idade cronológica, sem nunca abrir mão do arrebatamento que o amanhã enseja.

O futuro é uma tela em branco, para jovens e para nós que estamos em processo de amadurecimento, e ele está esperando por nossos sonhos e aspirações, de modo que podemos construir uma história significativa em qualquer fase de nossas vidas.

Envelhecer é uma dádiva e cabe a cada um de nós aproveitar cada momento, nutrindo nossas mentes e corpos e estabelecendo relações sociais construtivas para que possamos viver com plenitude e alegria. O caminho para a longevidade com qualidade de vida começa hoje – vamos percorrê-lo juntos!

Publicado originalmente no jornal Estado de Minas
Foto: Freepik/Divulgação

Siga o Viver Sem Preconceitos nas Redes Sociais

Curta, comente, compartilhe…

Vamos fazer do mundo um lugar melhor para se viver,
um lugar com menos preconceitos!

O Portal Viver Sem Preconceitos autoriza a reprodução de seus conteúdos -total ou parcial- desde que citada a fonte e da notificação por escrito.
Para o uso de matérias e conteúdos de terceiros publicados aqui
, deve-se observar as regras propostas por eles.

viversempreconceitos

viversempreconceitos

Aqui são publicados os textos produzidos a partir de matérias da Internet que, obrigatoriamente, tenham de dar créditos a terceiros. As notas também são publicadas aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *