Armar a população provoca aumento no número de mortes; estatísticas comprovam

Armar a população provoca aumento no número de mortes; estatísticas comprovam
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A discussão sobre a facilitação para compra e venda de armas de fogo tem tomado diferentes rumos sempre que casos de assassinatos coletivos são cometidos pelo Brasil afora. Os números, nos Estados Unidos e no Brasil, mostram que armar população não resolve o problema. Ao contrário, Estados Unidos são o país líder em número de massacres em escolas e, no Brasil, os casos fatais desse tipo mais do que dobraram durante o governo Bolsonaro

Por Cleber Siqueira

A ideia de que o cidadão comum deve se armar para se defender é uma grande mentira. Pelo menos, é o que os números demonstram.

Os Estados Unidos andam pagando muito caro pela facilidade com que sua população tem acesso a armas de fogo e pela disseminação da cultura armamentista pelo país.

Há poucos dias, em 27 de março, uma pessoa invadiu uma escola particular de ensino fundamental em Nashville, Tennessee, e matou três meninos de 9 anos e três funcionários antes de ser morto a tiros pela polícia.

Ontem, um homem atacou uma agência bancária de Louisville, no Kentucky e deixou ao menos quatro mortos e oito feridos.

Os Estados Unidos estão mostrando mundo, algo que o Portal VSP e milhares de outros brasileiros vem repetindo há anos: facilitar a venda de armas de fogo para a população não resolve o problema. Ao contrário, armar a população cria mais insegurança.

O uso de armas pela população estadunidense é cultural e no, entanto, os EUA são o país que mais sofre esse tipo de ataque. Segundo o jornal The Washington Post, até maio de 2022, foram 554 vítimas ao todo, com 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos. Esses números referem-se apenas às  331 escolas atacadas em todo país.

Em suma: armar a população não resolveu o problema deles.

Mortes aumentam no governo Bolsonaro

Enquanto nos Estados Unidos pouco ou nada se faz para diminuir a circulação de armas nas ruas, mesmo com números tão alarmantes, no Brasil cresce o medo e a insegurança.

Segundo levantamento realizado pelo site Poder360, desde 2011 foram 11 atentados em escolas de todo o país, com pelo menos 39 pessoas mortas. No período de 2011 a 2018 foram quatro ataques com 16 mortes, sendo o massacre de Realengo (RJ) o mais fatal, com 12 mortes.

Já durante o governo Bolsonaro, período de disseminação de uma nova cultura armamentista no Brasil, o número de ataques subiu para cinco com ao menos 18 pessoas mortas, ou seja, elevamos a estatística anual de mortes de 2 pessoas/ano para 4,5 pessoas/ano.

Como resultado de uma cultura que se tentou criar nesses quatro anos, mais outros dois atentados foram realizados em 2023, com um saldo de vítimas de cinco pessoas mortas: uma professora em São Paulo e quatro crianças em Santa Catarina, completando assim o quadro de 39 pessoas mortas em escolas desde 2011.

O levantamento considerou apenas os ataques com vítimas fatais
Reprodução: Site Poder360

Os números falam por si só. Não existe argumento que compare o uso de armas nos Estados Unidos como solução para segurança pública no Brasil. Nos dois países, armar a população não só não resolveu o problema deles como agravou o nosso.

A solução passa, entre tantos pontos, pelo melhor aparelhamento das forças públicas, pela contratação de agentes, treinamento tático, ético e psicológico e, principalmente, salários adequados (que eliminem a necessidade de complementação com trabalhos extras e recebimento de propinas).

Essas são as pessoas que têm que zelar pela segurança pública do país, não um pai de família que, mesmo com o melhor dos preparos, sempre coloca em risco a vida de sua esposa e filhos.

Foto: Hope Columbine Memorial Library – Reprodução: Arquivo Columbine High School
Columbine High School foi o palco de um dos tiroteios em massa mais fatais da história dos Estados Unidos

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Cleber Siqueira

Cleber Siqueira

Jornalista, é autor do livro "Fernando, o menino sem dedos". Fundador e editor do Portal Viver Sem Preconceitos, tem pós-graduação em Sociopsicologia. Sua monografia, intitulada "Homossexualidade, o amor às chamas: um breve ensaio sobre o preconceito", faz uma análise entre a literatura específica e a vida real da população homossexual no início dos anos 2000.

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