Férias e excesso de telas
Quando brincar é coisa séria, mas nem toda brincadeira deve estar longe do controle dos pais
Por Melaine Machado*
Entre dois e cinco anos, o tempo máximo de telas deve ser uma hora por dia, segundo recomendação da Academia Americana de Pediatria. Isso porque os jogos de videogame, por exemplo, estimulam aspectos de recompensa rápida ativando centros cerebrais relacionados à impulsividade e à dificuldade do controle inibitório.
Nas duas últimas semanas de julho ocorrem as férias do meio do ano e as famílias ficam perdidas na busca por programação para ocupar o tempo das crianças. Muitos pais não podem pagar uma viagem ou uma colônia de férias, e recorrer à programação da TV pode ser uma alternativa mais fácil. O acesso aos dispositivos eletrônicos como computadores, celulares e tablets por crianças bem pequenas é muito comum, pois percebo que os pais dessa forma acreditam estar estimulando a inteligência da criança e controlando o corpo que deveria estar em movimento.
Os pais chegam ao consultório com a preocupação de que a criança irá conseguir se alfabetizar, sendo que não sabem e deveriam saber que, para que a criança alcance a capacidade de ler e escrever com função, ela precisa se movimentar e experienciar a vida através do BRINCAR.
Temos noção dos danos no cérebro da criança da primeira infância que fica mais de uma hora exposta às telas, elas são viciantes e sendo bem direta e reta AS TELAS DEIXAM SUA CRIANÇA MENOS INTELIGENTE!
Quando falo sobre esse assunto no meu Instagram, as famílias pedem sugestões do que fazer e eu sempre digo: “vai brincar na praça, no play, no quintal, na calçada… crie um espaço de brincar com sucatas e deixe a criança explorar“. Ser responsável por uma vida em formação é de fato um desafio, um processo de longo prazo e muitas férias irão acontecer e muitas memórias incríveis poderão ser criadas no coração da família que conseguir um tempo de brincadeira com a sua criança. E isso só pode acontecer se as telas não estiverem separando vocês.
Lembro que brincar é coisa séria e toda criança merece ser e crescer através do BRINCAR.
*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP
Melaine Machado
Colunista VSP
Profissional de Educação Física, psicomotricista clínica, especialista em desenvolvimento infantil. Criadora dos Projetos “Brincar Sensorial ” e “SOS mães atípicas” (a importância de cuidar de quem cuida). Desde 1996 tem proporcionado a inclusão social das crianças por meio do BRINCAR, que são atividades lúdicas que auxiliam no desenvolvimento. Nas redes sociais aborda os temas em @melaine_motricidade.
Foto: Andrea Piacquadio/Pexels
Siga o Viver Sem Preconceitos nas Redes Sociais
Curta, comente, compartilhe…
Vamos fazer do mundo um lugar melhor para se viver,
um lugar com menos preconceitos!
O Portal Viver Sem Preconceitos autoriza a reprodução de seus conteúdos -total ou parcial- desde que citada a fonte e da notificação por escrito.
Para o uso de matérias e conteúdos de terceiros publicados aqui, deve-se observar as regras propostas por eles.
