Histórias reais de brasileiros que emigraram para Portugal e os seus desafios são tema de podcast
Você que acompanha o Viver Sem Preconceitos sabe que sábado é dia de falarmos de gordofobia, mas que obviamente há espaço para todos os outros assuntos. Geralmente são temas que tratamos de forma separada. Porém, hoje, chegou a nós uma história que mistura vários aspectos. Na matéria vamos saber qual será a abordagem do podcast do título e o que os brasileiros terão para nos contar sobre xenofobia, racismo e, claro, gordofobia.
Por Redação
Com incentivo do Governo do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, pelo edital Retomada Cultural RJ2, o Coletivo Corpos no Mundo lançou podcast com a temporada Conexão Brasil-Portugal.
Os episódios semanais contam histórias reais dos brasileiros que decidiram começar uma nova vida no país europeu. Os convidados contam a cada episódio as principais motivações para a mudança, os desafios na nova rotina e os diversos choques culturais que enfrentam.
Causas decisivas para a migração foram a alta instabilidade econômica e a taxa de desemprego superior a 10% no Brasil. Em um movimento voluntário em busca de alternativas, Portugal ocupa o primeiro lugar em incentivo à imigração para os brasileiros. Com adaptação à língua e qualidade de vida, a comunidade brasileira no país europeu soma mais de 250 mil pessoas até outubro de 2022, de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras – SEF.
“Produzir este podcast no momento em que o Brasil comemora o Bicentenário de Independência e ao mesmo tempo em que ocorre a maior onda de migração de brasileiros para Portugal segundo o SEF, é uma oportunidade ímpar para retratar e refletir, a cada episódio, sobre o cotidiano das pessoas que emigraram.“, disse Willian Silva, Diretor Artístico do Podcast.
A temporada reúne de assuntos pessoais à pautas coletivas, tais como condições de trabalho, xenofobia, racismo e adaptação no país, além de desmistificar a imagem idealizada construída sobre Portugal.
Em um dos episódios, a paulistana Carol Bampa, que é ambientalista, conta que saiu do Brasil após sofrer ameaças enquanto ativista, mas que chegando em Portugal nem tudo foi como esperava. A jovem precisou enfrentar um relacionamento abusivo, morar num abrigo e passar por um trabalho explorador.
“Ser pobre em Portugal é diferente de ser pobre no Brasil, aqui você passa dificuldades, mas não passa fome. Após todos os problemas enfrentados aqui, me mudei para Guimarães e fui em busca de um trabalho na minha área, como produtora cultural, e fui muito bem recebida pelos portugueses“, relatou.
A temporada completa e os episódios estão disponíveis nas principais plataformas de áudio.
– Coletivo Corpos no Mundo –
O coletivo formado por produtores culturais, comunicadores sociais e roteiristas, surgiu em 2017, entre alunos do curso de Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense. Entre seus projetos e propostas, Corpos no Mundo ressalta agendas de cunho social e coletivo, tais como o racismo, a gordofobia e LGBTfobia, além de abrir espaço para imersão em histórias, vozes e questionamentos.
Durante o período da pandemia, entre 2020 e 2021, o coletivo foi premiado em dois editais através da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural e como contrapartida deu destaque para artistas pretos e periféricos e suas vidas enquanto influenciadores digitais durante uma live no Youtube com Max Evans, Cecília Boechat e Vicky ZO.
Publicado originalmente no Mundo Lusíada
Foto: Reprodução Mundo Lusíada
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