Combate ao preconceito envolve infância, trabalho, amigos e leituras

Combate ao preconceito envolve infância, trabalho, amigos e leituras
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O Dia da Consciência Negra foi celebrado em 20 de novembro, mas a luta antirracista é exercício diário

Por Estadão Conteúdo

Diante do racismo velado, pretos e pretas buscam estratégias pessoais de proteção, como o estagiário de TI Lucas Oliveira, de 21 anos, que não usa capuz ou touca nas compras e sempre vai direto à prateleira onde está o produto desejado. “Se eu ficar circulando pela loja, tenho certeza de que um segurança vai aparecer”, diz o morador da Penha, zona leste. Pesquisa do Instituto Locomotiva mostra que sete em cada dez negros já passaram pelo drama dele. Os rituais particulares protegem, mas não atacam frontalmente o problema, alertam especialistas, que destacam alguns pontos contra o racismo velado.

– Filhos –

Para Michelle Levy, CEO e cofundadora da consultoria Filhos no Currículo, especializada na criação de políticas parentais, é importante criar filhos com uma visão antirracista desde cedo. “Tratar o assunto com eles, principalmente até os 6 anos”, defende Michelle. Humberto Baltar, do coletivo Pais Pretos Presentes, rede de apoio para educar pessoas pretas, frisa a relevância de criar filhos “na diversidade” e não “para a diversidade”.

– Escola –

Então, verifique se a escola do seu filho possui temáticas étnico-raciais e de diversidade na grade escolar e na proposta pedagógica, sobretudo sobre a história e a cultura afro-brasileira e africana que não sejam apenas a escravidão. É importante também mostrar pessoas pretas em posição de protagonismo. A Lei 10.639/03, de 2003, torna obrigatório o ensino de “história e cultura afro-brasileira” nas escolas oficiais e particulares.

– Trabalho –

Procure conteúdos antirracistas no trabalho. Pesquise se a empresa tem comitê de diversidade e cartilhas de inclusão. Se a posição é de direção, pense na proporção de negros e brancos entre os seus colaboradores.

– Amigos –

Converse com amigos pretos sobre as diferenças na forma com que brancos e pretos são tratados – e compartilhe experiências com os negros, defende Leizer Pereira, CEO da Empodera, que prepara as empresas para inclusão.

– Denuncie –

Denuncie se achar necessário, aconselha ainda Dennis Oliveira, da USP. Cuide do vocabulário e leia obras de autores negros, como “Racismo Estrutural“, de Silvio de Almeida, e “Pequeno Manual Antirracista“, de Djamila Ribeiro.

– Sugestão VSP-

À Procura Deles“, de Mary  Del Priore. Essa é a sugestão de leitura do Portal Viver Sem Preconceitos. Na obra, a autora apresenta quem são os negros e mestiços que ultrapassaram a barreira do preconceito e marcaram a história do Brasil.

Publicada originalmente no jornal Estadão, e editado na Redação VSP
Foto: Capa do livro À Procura Deles/Por Gabriela FS

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Redação

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