Portugal – 63% dos trabalhadores já foram vítimas de discriminação

Portugal – 63% dos trabalhadores já foram vítimas de discriminação
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Acusações de casos de xenofobia em Portugal tem sido uma constante, mas agora, estudo feito naquele país, mostra que o preconceito tem crescido de maneira geral entre os próprios nativos, principalmente no trabalho. A pesquisa que segue abaixo usou como um dos parâmetros, dados brasileiros

*Por Sara Azevedo Santos

Quase dois em cada três (63%) trabalhadores já sentiram algum tipo de discriminação com base no seu aspeto físico, idade, gênero ou origem étnica e cultural. Esta foi uma das principais conclusões de um estudo sobre diversidade e inclusão no local de trabalho desenvolvido pelo Grupo Cegos, instituição francesa em Portugal representadada pela Cegoc, empresa que atua no segmento de formação, consultoria, recrutamento & seleção e coaching e que se coloca como líder internacional e referência no desenvolvimento pessoal e profissional de milhares de pessoas, e também como observadora atenta do mercado de trabalho.

Com o título “Diversidade e inclusão nas organizações: desafios e competências de uma transformação cultural”, o estudo recolheu a opinião de 4007 colaboradores e 420 diretores e responsáveis de Recursos Humanos de Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Brasil. O grupo, que opera no setor da formação, consultoria, recrutamento e seleção, e coaching, escolheu obter dados nestes vários países para traçar um panorama global e também nacional desta realidade. Os dados obtidos foram analisados por especialistas e dá voz a um conjunto de tendências emergentes em Portugal e no mundo.

Os objetivos da empresa passaram por compreender as barreiras e principais formas de discriminação com que alguns grupos se deparam no mercado de trabalho, quem está disposto a combater estas situações, qual o impacto de movimentos internacionais (como o MeToo e Black Lives Matter) e que estratégias estão sendo levadas a sério hoje para que empresas e colaboradores possam progredir neste tema.

A Cegoc entende que a realização e a disponibilização de estudos internacionais de relevo como este faz parte do seu ADN e da sua missão. Isto é, responder ao desafio crucial de ajudar a partilhar conhecimento e desenvolver competências de uma forma sustentável e responsável“, explica Catarina Correia, diretora de Marketing e Comunicação da Cegoc.

Além disto, o fato de a diversidade e inclusão ser um tema cada vez mais debatido nas organizações, tornou esta escolha natural para o grupo.

82% dos colaboradores relataram ter testemunhado situações de discriminação

Uma das principais conclusões desta análise foi que a discriminação continua presente no local de trabalho, com 82% dos colaboradores relatando que já testemunharam situações de discriminação. Os resultados mostram que estes atos de discriminação são perpetrados, em primeiro lugar, por colegas quer da mesma função, e só depois por gestores diretos.

Quanto às políticas de diversidade, 65% dos colaboradores acreditam que estas são essenciais, pois contribuem para o desempenho global das organizações. O estudo também concluiu que as pessoas estão receptivas e preparadas para as mudanças que possam ser feitas e que cabe às organizações colocar em prática e avaliar as ações em prol de ambientes mais diversos e inclusivos.

Catarina Correia explica que os colaboradores e responsáveis de recursos humanos estão focados em três aspetos para uma maior inclusão nas empresas: a organização do trabalho (inclui políticas de tolerância zero para discriminação e assédio), novas práticas de recrutamento e formação.

A gestora diz que apesar das disposições legais específicas para combater o assédio e a discriminação em contexto de trabalho, “tais comportamentos continuam a manifestar-se a níveis muito elevados e tanto colaboradores, como responsáveis de recursos humanos corroboram esta realidade em todos os países inquiridos“. Desenvolver este estudo foi um passo da empresa para saber como se tornar mais proativa nestas questões e contribuir para a sensibilização e formação dos seus colaboradores e de todas as empresas que sentirem que estas conclusões podem ajudar a mudar algo.

Desta forma, a diretora de marketing considera que a legislação relativa a estes temas acaba por ser influenciada. “Mais cedo ou mais tarde, a legislação acaba por ser impactada por todos os ecos recolhidos, que revelam ainda um longo caminho a percorrer em termos de igualdade de oportunidades e proteção contra o preconceito e a discriminação“, diz. “Sobretudo, este estudo pretende encorajar as organizações a repensarem a sua visão nestas matérias para o futuro, e, com isso, motivar os seus colaboradores e outros à sua volta (stakeholders, clientes, parceiros, sociedade em geral) para a ação“, conclui Catarina.

*Matéria publicada originalmente no Diário de Notícias/PT e editada por Redação VSP
Foto: Daria Shevtsova/Pexels

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Redação

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