Cantora Paula Mattos sofre preconceito por clipe de namoro entre duas mulheres
YouTube nega censura. Google alega que o conteúdo do vídeo não pode ser anunciado por conter cenas de sexo e nudez
No final do mês de abril, a cantora Paula Mattos, um dos nomes femininos em destaque na música sertaneja, lançou o single Duas Caras, que conta a história do relacionamento entre duas mulheres. O clipe, que foi bem recebido nas redes sociais, retrata a vida da artista.
O problema surge quando o Google recebe muitas denúncias e decide barrar o impulsionamento do vídeo em virtude de sua temática.
Esse é o primeiro vídeo produzido pela cantora que apresenta a relação entre duas mulheres. Rosa Amarela, outra de suas canções, aborda a diversidade nos relacionamentos.
Para a artista é muito importante que as pessoas falem sobre esse assunto. Sua intenção é mostrar que isso é normal. “É a primeira vez que fizemos um clipe dessa maneira. Não quero polemizar e sim naturalizar o amor entre pessoas do mesmo sexo. E eu venho sempre tentando quebrar essa barreira.”
Ela que é casada com uma mulher há 10 anos, diz: “É a primeira vez que eu trago a minha verdade. Foi o jeito de trazer a minha verdade.” E completa “como eu mesma atuei, percebi a importância de fazer algo baseado na minha vida. Porque faria um clipe contracenando com um homem, se não vivo este tipo de relação na minha vida real?”, indaga.
Sobre a censura, Paula explica que o Google alega que o “conteúdo do vídeo não pode ser anunciado por conter cenas de sexo e nudez”. “Você vê clipes muito mais ousados que o meu, mostrando muito mais o corpo, e estão por aí, e o meu só tem um beijo no final. O meu vídeo traz sensualidade e eu sabia que poderia ser alvo de preconceito. Acredito que tenha recebido muitas denúncias. Mas pergunto: será que se fosse um casal heterossexual isso existiria? Teria essa censura?
Em nota enviada ao Viver Sem Preconceitos, ressalta: “Infelizmente temos que lidar com homofóbicos e conviver com o preconceito. Não estou conseguindo trabalhar para que ele seja anunciado, ganhe destaque, e estou muito chateada com isso. Ele está no ar, mas não pode ser promocionado.”
O YouTube nega a censura e diz que vídeo pode ser assistido no serviço, porém, o que não foi permitido foi o impulsionamento – atividade na qual uma quantia pode ser investida para que o trabalho alcance um público maior.
Fotos: Paula Mattos/Reprodução Instagram
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