Escola de aluno que sofreu críticas ao propor tema LGBT terá projeto para discutir diversidade no contexto educacional

Escola de aluno que sofreu críticas ao propor tema LGBT terá projeto para discutir diversidade no contexto educacional
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MP afirma que programa pode ser expandido para outras escolas

O Ministério Público (MP) de Campinas (SP) decidiu montar um grupo para criar um projeto que vai abordar, na Escola Estadual Aníbal de Freitas, a diversidade no contexto educacional. A proposta da Promotoria de Infância e Juventude é reunir a comunidade escolar e outros órgãos da sociedade para debater o tema “com o devido planejamento”.

A escola estadual ganhou evidência após a família de um aluno de 11 anos denunciar que o jovem sofreu críticas, inclusive da ex-diretora da unidade por propor que um trabalho tivesse como tema o mês do orgulho LGBT sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais.

A proposta do aluno foi feita em um grupo de WhatsApp da escola e amplamente rechaçada por parte dos membros. Depois que o caso foi denunciado, a Diretoria de Ensino, a policia civil e o Ministério Público passaram a apurar. Houve protesto e a ex-diretora e uma professora mediadora acabaram afastadas.

“Deliberamos que iremos formar um grupo para pensar um projeto para a Escola Aníbal de Freitas, que poderá até se estender para outras escolas, (…) para tratar da questão da diversidade no contexto educacional, com o devido planejamento”, informou o promotor de Justiça Rodrigo de Oliveira, por meio da assessoria de imprensa do MP.

Segundo o promotor, a deliberação ocorreu em um reunião entre o MP e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Agora, um novo encontro, programado para sexta-feira (26), vai incluir a comunidade escolar.

A proposta é que o grupo para debater o projeto seja composto por representantes da Escola (direção, professores, funcionários, pais e alunos), das Diretorias de Ensino, do MP, da OAB, e de outros órgãos que trabalham com a matéria diversidade.

Escola Estadual Aníbal de Freitas, em Campinas / Reprodução EPTV

Secretaria de Educação convocada

A Secretaria Estadual da Educação informou, em nota, que deve participar da reunião de sexta-feira “para pensar um projeto sobre diversidade no âmbito educacional”.

“O encontro deve ser realizado de maneira virtual e contará com diversos representantes da comunidade escolar; alunos, pais, professores, profissionais da direção e demais funcionários. Além disso, representantes das Diretorias de Ensino de Campinas Leste e Oeste também devem estar presentes”.

A secretaria defende que o debate sobre respeito à diversidade já faz parte do cotidiano das escolas estaduais por meio do Currículo em Ação, para que seja ensinado e aprendido.

“As escolas têm autonomia, dentro do seu projeto pedagógico, para organizar quando e de que forma essa temática será abordada”, informou a pasta.

No caso da Aníbal de Freitas, a pasta afirma que ela trabalha temas transversais, em parceria com a PUC Campinas, por meio de palestras relacionadas à temática LGBTQIA+, direcionadas à comunidade escolar.

O caso

A irmã do aluno foi quem registrou boletim de ocorrência e também fez um relato nas redes sociais sobre o caso. Por telefone, a autônoma contou ao G1 que o estudante mandou uma mensagem no grupo da sala, do 6º ano, com uma proposta de estudo sobre o mês do Orgulho LGBT, celebrado em junho.

Capturas de tela e áudios enviados por ela ao G1 mostram que, após a sugestão, houve uma sequência de mensagens nas quais pais de alunos e pessoas que se identificaram como sendo da “direção” afirmaram que a ideia do garoto era, além de “absurda”, “desnecessária”, e solicitaram que ele apagasse a mensagem; veja abaixo.

A irmã da criança explicou que viu o irmão chorando, falando ao telefone com alguém que dizia ser a coordenadora da escola.

A irmã do jovem também contou que chegou a discutir com a mulher e afirmou que foi questionada se ela também não achava inadequado uma criança sugerir um trabalho com tema LGBT.

A autônoma, que também está no grupo da sala, disse que mandou áudios criticando a postura dos pais e da escola. No entanto, segundo ela, logo depois o grupo foi bloqueado e só funcionários da unidade ficaram aptos a enviar mensagens.

“Eu não vou permitir que façam isso com meu irmão. A gente tem uma ótima relação com a minha mãe, mas ele mora comigo e com meu marido, porque ele prefere assim. Então eu sou responsável por ele. Aqui a gente fala sobre tudo, não temos preconceito”, afirmou.

Isso não deveria existir nem no passado, mas, nos dias de hoje, uma instituição de ensino, que deveria ensinar a não ter preconceito, promover o preconceito dessa forma, é inaceitável”, completou.

Protesto: ‘aceita ou respeita’

Cartazes em frente a escola após denúncia de preconceito / Foto: Denny Cesare – Código 19

Dois dias depois do caso ser denunciado, a escola amanheceu com cartazes em protesto aos ataques sofridos pelo estudante. Os papéis, colocados na fachada da instituição de ensino, contêm frases que pedem respeito às diferenças e o fim do preconceito como: “Ou aceita ou respeita”, “Respeite as diferenças” e “Sinta orgulho de ser quem você é”.

Matéria publicada originalmente no G1, em 23/06
Foto em destaque: Reprodução G1

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5 comentários sobre “Escola de aluno que sofreu críticas ao propor tema LGBT terá projeto para discutir diversidade no contexto educacional

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