Preconceito limita acesso de pessoas com deficiência ao mercado de trabalho
Desemprego atinge maioria dos PCDs que, mesmo quando contratados, recebem baixos salários
Por Carol Raciunas
Alcançar o sucesso profissional pode ser um desafio ainda maior para pessoas com deficiência. Esse esforço, no entanto, está relacionado aos obstáculos impostos pelo capacitismo presente no mercado de trabalho. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24% dos brasileiros têm algum tipo de deficiência. Apesar disso, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Olga Kos, apenas 2,74% estão empregados.
Em entrevista ao CNN No Plural, o presidente do Instituto Olga Kos, o Wolf Kos, afirmou que, além de terem dificuldade de inserção no mercado formal, as pessoas com deficiência são desvalorizadas: “o salário delas varia entre 1 a 1,5 salário mínimo. A maior dificuldade é a escolaridade dessas pessoas. Então, na maioria das vezes, elas são utilizadas em subempregos”.
Quem prova que esse preconceito dificulta o desenvolvimento profissional até dos donos de longos e completos currículos é o Fábio Mariano, diretor de diversidade da 99 Jobs. “Eu já estava completamente aprovado. Tudo, tudo aprovado, e daí, por último, era o exame médico. E a médica ficou assustadíssima e falou: ‘Você é muito surdo! Você não pode trabalhar aqui sob hipótese alguma.’ Depois, eu consegui provar que conseguiria ocupar aquela vaga. Ela mesma se convenceu disso. Mas, veja: se eu não tivesse essa habilidade da oratória, essa habilidade de já conhecer um pouquinho mais sobre o problema que eu tinha, eu teria perdido a vaga”, contou.
E essa disposição para fazer o próprio trabalho vai contra o olhar limitante de quem acha que pessoas com deficiência são incapazes de exercer sua profissão.
Um grande exemplo desse sucesso é a modelo e influenciadora Maju. Aos 20 anos, já foi capa da revista Forbes. “A Maju é muito parada na rua por pessoas que se inspiram na história dela”, contou a sua mãe e empresária, Adriana Araújo.
Quem também reafirma sua capacidade com um longo currículo é o ex-jogador e campeão mundial de futebol de cinco, Mizael Conrado de Oliveira.
Ele conta que, ainda jovem, notou que até no ambiente acadêmico os desafios surgiram: “eu lembro que fiz a prova, ganhei 90% de bolsa e a escola não queria aceitar a minha matrícula, porque a estrutura da escola não estava preparada para receber um aluno cego. Eu lembro que, à época, eu tive que ir até ao Ministério da Educação me matricular.”
Matéria publicada originalmente na CNN Brasil
Foto: Shvets production/Pexels
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