Nosso legado para hoje e sempre
Das pessoas que eu conheço, boa parte não se preocupa com o legado. E para você, o seu é importante?
Por Cleber Siqueira
Pouco mais de 20 anos atrás durante uma conversa sobre determinada pauta com um colega de trabalho na TV SescSenac, uma frase dele mexeu comigo e mudou a perspectiva que eu tinha para o resto de minha vida.
O papo era sobre antropologia e meu colega de repente pergunta: “você sabia que pouco antes de morrer, Darcy Ribeiro revelou que uma de suas maiores preocupações era sobre a importância do legado dele?”
Eu pensei lá com meus botões: “antropólogo, educador, etnólogo, escritor e até político; imortal da Academia Brasileira de Letras, foi autor de diversas obras e ensaios nas áreas de antropologia, sociologia e educação, mas também escreveu romances. E, para completar, foi um dos fundadores da Universidade de Brasília e criou o Memorial da América Latina, em São Paulo. Caramba, o cara tem esse histórico nas costas e ainda tem dúvidas de seu legado?”
Eu nunca havia pensado sobre um “possível” legado meu e que impacto ele poderia ter durante a minha vida e, principalmente, depois dela. Como a maioria das pessoas, eu buscava viver muito bem o hoje, guardando um pouco para o amanhã e, no meio disso tudo, desfrutando o máximo possível da felicidade.
A humildade de Darcy Ribeiro, um dos principais defensores das comunidades indígenas que este país teve e que por isso ajudou a disseminar o conceito de identidade cultural, me mostrou outra realidade. Um “novo mundo”, e que eu resolvi descobrir.
Foi assim que eu decidi investir -ainda que um tanto sem direção- e combater algo que me inquietava sempre que eu presenciava: atitudes preconceituosas. Eu sempre acreditei que combater o preconceito aproxima as pessoas, afinal, elimina as diferenças. Tendo como consequência, o aumento do respeito e do amor entre as pessoas.
Minha pós-graduação, terminada há exatos 20 anos, foi integralmente realizada com pesquisas e trabalhos voltados a combater as diversas formas de preconceito.
Nessas duas décadas, fui formatando ideia atrás de ideia na busca da realização de um projeto concreto, até que em 2021 chego ao Portal Viver Sem Preconceitos. Hoje, mesmo sabendo ser ousadia de minha parte, trato o VSP como meu sonho de legado.
É dele que idealizo que uma vida sem preconceitos pode um dia se tornar algo natural entre as pessoas… pode se tornar algo cultural.
Pode até parecer estranho, mas não me importo se esse meu sonho se tornar realidade somente depois de minha morte. Também não me importo se meu nome não for lembrado. Meu ideal é importante, meu nome, não! Realmente não me importo porque não luto para ver o meu sonho e meu nome se realizarem, luto apenas para que esse sonho se realize e se torne uma realidade… sem nome, sem cor, sem gênero, sem idade, pois é assim que tudo tem de ser!
O que desejo é que, se um dia, seja onde for, se houver uma cultura de se viver sem preconceitos, que o meu legado tenha contribuido para isso.
Enfim, eu acredito que podemos viver sem preconceitos. Afinal, eu venci os meus… e por dois motivos. Primeiro, simplesmente porque eu acreditava que poderia vence-los e, segundo, porque eu descobri que todos nós não nascemos preconceituosos. Cada um dos preconceitos que temos foram imputados em nossa vida, em nossa mente, de acordo com as pessoas, com o ambiente e com a cultura que fomos criados.
Então, se eu não nasci com determinado preconceito, ele não me pertence.
Sendo assim, topa me ajudar a vencer os preconceitos? Esse legado também pode ser seu!
Foto: ErikMclean/Pexels
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Vamos fazer do mundo um lugar melhor para se viver,
um lugar com menos preconceitos!
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