Educação Infantil Inclusiva
Parte integrante do sistema educacional, a educação infantil contribui para o crescimento e aprendizado das crianças em seus primeiros anos
Por Melaine Machado*
A educação infantil refere-se ao conjunto de práticas pedagógicas e atividades voltadas para o desenvolvimento integral de crianças na faixa etária de 0 a cinco anos. Essa etapa é considerada fundamental para o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e motor das crianças, estabelecendo as bases para seu aprendizado futuro.
Parte integrante do sistema educacional, a educação infantil contribui significativamente para o crescimento e aprendizado das crianças nos primeiros anos de vida. No Brasil, é obrigatória a partir dos quatro anos de idade, e muitas crianças frequentam creches e pré-escolas nessa fase.
Nesse período podemos identificar se a criança está alcançando os marcos do desenvolvimento e, se não estiver, poderá ter acesso a estimulação precoce. Sendo que não é assim que ocorre. Infelizmente a inclusão durante a educação infantil é um grande desafio para instituições educacionais e às famílias.
Para promover uma educação infantil inclusiva, é importante: criar um ambiente acolhedor e diversificado que celebre as diferenças e proporcione treinamento aos educadores sobre inclusão, diversidade e necessidades especiais, realização de adaptações no currículo para atender às diversas habilidades e estilos de aprendizagem, utilização de materiais didáticos que sejam acessíveis a todas as crianças, considerando diferentes formas de aprendizado, incentivo a interação social entre todas as crianças, promovendo amizades e compreensão mútua, que seja estabelecida uma comunicação aberta com os pais para entender as necessidades específicas de cada criança., se sejam avaliados constantemente o progresso de cada criança e faça ajustes conforme necessário, que haja disponibilize recursos de apoio, como profissionais de apoio ou terapeutas, conforme necessário.
Sempre ressaltando que cada criança é única, e a abordagem inclusiva deve ser flexível para atender às necessidades individuais.
Algumas crianças poderão precisar de acompanhante terapêutico ou mediador escolar, cada um realiza um trabalho que podem ser complementar. Vamos conhecer esses profissionais que são facilitadores do processo de inclusão.
O acompanhante terapêutico e o mediador de criança atípica são profissionais que desempenham papéis distintos em contextos diferentes:
-Acompanhante Terapêutico-
- Função: Oferece suporte emocional e acompanha pessoas em seu cotidiano, geralmente aquelas que enfrentam desafios psicológicos ou de saúde mental.
- Atuação: Pode trabalhar com crianças, adolescentes ou adultos, auxiliando-os em atividades diárias e promovendo a autonomia.
-Mediador de Criança Atípica-
- Função: Facilita a comunicação e interação da criança atípica em ambientes educacionais ou sociais, promovendo a inclusão e compreensão.
- Atuação: Foca em auxiliar crianças com necessidades especiais, como deficiências cognitivas, físicas ou emocionais, a se integrarem em ambientes específicos, como escolas.
Em resumo, o acompanhante terapêutico é voltado para o suporte emocional em diversas áreas da vida e deve ser contratado pela família, enquanto o mediador de criança atípica concentra-se em facilitar a inclusão da criança em ambientes educacionais e sociais, e deve ser oferecido pela instituição escolar, buscando adaptar as situações para atender às suas necessidades específicas, seguindo o PEI que cada criança atípica ou PCD deve ter.
Ah, você não sabe o que é o PEI?
O PEI, ou Plano de Ensino Individualizado, é um instrumento utilizado na educação brasileira, principalmente no contexto da Educação Especial, para atender às necessidades específicas de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
Esse plano visa adaptar o currículo e a metodologia de ensino de acordo com as características e demandas individuais de cada aluno, promovendo a inclusão e garantindo que todos tenham acesso ao processo educacional de maneira efetiva.
O Plano de Ensino Individualizado pode incluir estratégias pedagógicas específicas, recursos de apoio, adaptações curriculares, acompanhamento especializado, entre outros elementos que visam atender às necessidades particulares do estudante.
É importante destacar que o PEI está alinhado com as diretrizes da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) e da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que buscam garantir a inclusão e a igualdade de oportunidades na educação.
Em nosso país, o mediador escolar é garantido por lei para crianças a partir de quatro anos de idade. Aliás, fiquei impressionada com essa informação, pois a primeiríssima infância é a fase do desenvolvimento dos marcos do desenvolvimento infantil, tão ou mais importante da vida humana. Sendo que infelizmente não conseguimos verificar o cumprimento da lei de brasileira de Inclusão da Pessoa com deficiência, vejo famílias e profissionais da educação buscando cumprir a lei do jeito que é possível, pois não recebem nenhuma infraestrutura para fazer a lei de forma qualitativa e as crianças saem perdendo para o sistema, que segue excluindo as pessoas com deficiência.
*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP
Melaine Machado
Colunista VSP
Profissional de Educação Física, psicomotricista clínica, especialista em desenvolvimento infantil. Criadora dos Projetos “Brincar Sensorial ” e “SOS mães atípicas” (a importância de cuidar de quem cuida). Desde 1996 tem proporcionado a inclusão social das crianças por meio do BRINCAR, que são atividades lúdicas que auxiliam no desenvolvimento. Nas redes sociais aborda os temas em @melaine_motricidade.
Foto: Pavel Danilyuk/Pexels
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