Paz ainda tá na moda

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É urgente a necessidade de se voltar a falar sobre cultura da paz, levando de volta o tema aos meios sociais, grupos, escolas e organizações

Por Viviane Lopes

Em 1999, na cidade de Paris, um grupo de pessoas agraciadas com o prêmio Nobel da Paz, se reuniu para redigir um texto que se tornaria a base para a construção dos pilares de mudanças necessárias para o planeta. Reconhecidas pela UNESCO, esta proclamou o período de 2001-2010, a “Década Internacional para uma Cultura de Paz e Não-Violência para as crianças do Mundo”.

O Manifesto 2000 de Cultura de Paz e Não violência, trata de seis tópicos que favorecem o diálogo e o resgate de valores humanos que contribuem efetivamente para uma sociedade mais justa, sustentável e menos violenta:

  1. Respeitar a vida;
  2. Rejeitar a violência;
  3. Ser generoso;
  4. Ouvir para compreender;
  5. Preservar o Planeta;
  6. Redescobrir a solidariedade.

Já no plano do indivíduo, é necessário cuidar da saúde física e emocional, educando corpo e mente a não buscar o sofrimento.

Lembro-me bem de ter vivido em meio à um turbilhão de ações para um mundo melhor na década de 2000, desenvolvidas por ONGS, programas educacionais, grupos de discussão e movimentos (principalmente o que acontecia no teatro do Masp e organizado pela Associação Palas Athena); na tentativa de fazer a diferença e promover a Paz. Foi um trabalho construído carinhosamente e que fortaleceu e deu voz a grupos minoritários, oferecendo palco para temas como racismo, diversidade, violência contra a mulher, etc.

Nos últimos anos percebemos uma tendência mundial à naturalização da violência. No Brasil, retrocedemos muito do que foi conquistado, e falar sobre Cultura de Paz ficou fora de moda, pois não acrescentava nada de novo para a humanidade.

Como professora da disciplina de Habilidade SocioEmocional em 2023, decidi resgatar este tema com meus alunos do 6º ano do fundamental ao 3º ano do ensino médio. Todos eles haviam nascido a partir de 2006, ou seja, não tinham ouvido falar nada até então.

Falar sobre Cultura de Paz, foi um desafio por ter que romper com a crença de que valores como amor, respeito, solidariedade, tolerância, entre outros; não são pertencentes à esfera das religiões. Foi falar de algo conhecido, mas não trazido à luz da consciência quanto a responsabilidade que cada um tem em desenvolver e aprimorar suas habilidades.

Os alunos foram convidados a fazer trabalhos para a exposição na escola, e o que acompanhei e valorizei durante a proposta foi muito mais o processo do que o resultado final. Foi como plantar uma semente em solo ainda fértil, mas que precisa de cuidados constantes para germinar. Se faz urgente retomarmos nos grupos, escolas e organizações o tema. Não dá pra deixar de investir no material humano que encontramos principalmente nas escolas, e em casa com nossos filhos e familiares.

Resgatar valores humanos é contribuir para a Paz e um mundo sem preconceito.

Foto: Vanessa Loring/Pexels

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