A importância da arte drag ser manifestada à luz do dia

A importância da arte drag ser manifestada à luz do dia
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A arte drag, geralmente associada a ambientes noturnos, tem a cada dia que passa conquistado mais e mais espaço à luz do dia

Por Nelly Winter*

A arte drag tem desempenhado um papel significativo na expressão individual e na quebra de barreiras sociais há décadas. Tradicionalmente associada a ambientes noturnos, como boates e casas de shows, a arte drag tem conquistado cada vez mais espaço e visibilidade ao ser manifestada à luz do dia. Essa mudança de cenário é essencial para que a arte drag alcance um público mais amplo e cumpra sua função de promover inclusão, diversidade e empoderamento.

A arte drag é uma forma de performance que se baseia na desconstrução e subversão de papéis de gênero. Drag queens e drag kings utilizam maquiagem, figurinos extravagantes e performances teatrais para criar personagens e explorar diferentes facetas de sua própria identidade. No entanto, por muito tempo, essas expressões artísticas foram relegadas a espaços noturnos, o que limitava seu alcance e impacto.

Ao serem manifestadas à luz do dia, as performances drag se tornam mais acessíveis ao público em geral, proporcionando uma oportunidade para as pessoas se conectarem com essa forma de arte de maneira mais direta e inclusiva. A presença de drag queens e drag kings em eventos diurnos, como paradas do orgulho LGBTQIA+ ou festivais culturais, permite que pessoas de diferentes idades, origens e orientações sexuais sejam expostas a essa forma de expressão artística.

A manifestação da arte drag durante o dia também é um ato político e de resistência. Em muitas sociedades, a diversidade de gênero e a expressão artística que desafiam as normas tradicionais ainda são vistas com preconceito e marginalização. Ao trazer a arte drag para o espaço público, drag queens e drag kings desafiam essas concepções limitadas e mostram que todos têm o direito de se expressar e viver sua autenticidade.

Além disso, a visibilidade diurna da arte drag proporciona modelos e referências para pessoas que podem estar lutando com sua própria identidade de gênero ou sexualidade. Ao verem drag queens e drag kings orgulhosamente se apresentando em espaços públicos, essas pessoas podem encontrar inspiração e coragem para abraçar quem realmente são e superar o medo de serem julgadas ou rejeitadas.

A importância de trazer a arte drag para a luz do dia também está relacionada à necessidade de promover uma sociedade mais igualitária e respeitosa. Através da sua performance, estes artistas quebram estereótipos de gênero, questionam normas sociais e desafiam a opressão. Ao levar essas performances para fora dos espaços tradicionais, a arte drag alcança pessoas que podem nunca ter tido a oportunidade de vivenciar essa forma de arte antes, ampliando assim as perspectivas e construindo pontes entre diferentes comunidades.

Em resumo, a manifestação da arte drag à luz do dia é um passo importante para a inclusão e aceitação da diversidade em nossa sociedade. Ao trazer essa forma de expressão artística para espaços públicos, drag queens e drag kings abrem caminho para a quebra de estereótipos, o fortalecimento da autoaceitação e a promoção da igualdade. É necessário valorizar e apoiar a arte drag em todas as suas formas, tanto à noite quanto durante o dia, para construirmos uma sociedade mais aberta, diversa e respeitosa para todos.

*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP

Nelly Winter
Colunista VSP

Cuiabana de chapa, artista, escritora, publicitária, poetisa, palestrante, mestre de cerimônias e cerimonialista, questionadora de tabus, voluntária em ONG’s, apaixonada por pessoas, fascinada por divas do pop, amante de livros e DRAG QUEEN. O podcast DragPod é apresentado por ela. Nelly Winter foi criada por Thon Silva há 20 anos. E o que era hobby no início, hoje tem o objetivo debater os tabus sociais, com a finalidade de desmistificar rótulos impostos por uma sociedade machista.

Foto: A drag queen Nelly Winter, em recente performance à luz do dia – por: Eduardo Andrade

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