Vieses inconscientes e seus impactos na diversidade e inclusão

Vieses inconscientes e seus impactos na diversidade e inclusão
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Todos nós somos preconceituosos em desconstrução? Deveríamos ser

Por Ciça Cordeiro*

O preconceito é um comportamento rapidamente percebido quando falamos de Diversidade e Inclusão. Palavra mais autodidática não há: pré-conceito, ou seja, ter uma opinião ou sentimento preconcebido, formado sem suficiente conhecimento.

Enquanto estereótipos são pensamentos sobre uma pessoa ou um grupo de pessoas, um preconceito está mais relacionado a um sentimento e atitudes sobre uma pessoa ou um grupo de pessoas.

Preconceitos são frequentemente relacionados a uma ideia (infundada) de que certos tipos de pessoas são inferiores ou menos capazes que outras.

Há um direcionamento natural dos indivíduos em escolher caminhos que os deixem confortáveis, baseados no sucesso de experiências já vividas.

Será que você tem vieses inconscientes?
A resposta é sim. Todos nós temos!

Nossas atitudes e pensamentos são, na maioria das vezes, guiadas por padrões mentais sistemáticos e não por julgamentos racionais. E isso está diretamente ligado à exclusão social de grupos minorizados e à discriminação étnico-racial, de classe, de gênero, de orientação sexual, de pessoas com deficiência etc. Logo, para promover a inclusão e a diversidade, precisamos, primeiramente, compreender o que são vieses inconscientes.

Vieses inconscientes são uma preferência subjetiva de ser a favor ou contra alguma coisa mesmo sem ter dados suficientes para análise. É qualquer comentário ou análise que seja tendenciosa, que não respeite os princípios da imparcialidade. É algo como: se você tem um cérebro, você tem vieses.

Os vieses inconscientes impactam a diversidade e a inclusão, influenciando negativamente diversos processos, como a seleção, avaliação de desempenho, promoção e sucessão. Eles criam empecilhos e justificativas mentais para impedir o avanço de pessoas dos grupos minorizados.

Os vieses não são intencionais, são baseados nos preconceitos, estereótipos e crenças naturais que formam uma barreira invisível e muito poderosa que dificulta o avanço da diversidade e inclusão.

Nosso cérebro recebe muitas informações, e ele agrupa e categoriza as informações para classificá-las rapidamente, e assim, gastar menos energia. O problema é que o cérebro faz essa classificação não só com objetos e acontecimentos, mas também com pessoas.

Por ser automático, intuitivo, impulsivo, emocional e rápido, o sistema inconsciente reage, julga e simplifica as informações. Uma verdadeira máquina de associações e de vieses.

Nossos julgamentos e decisões estão sob forte influência dos sentimentos e das emoções, como gostar ou não de alguém, e a maior parte do que pensamos, fazemos e sentimos é originado no sistema inconsciente.

Para lidar com tantas informações o cérebro procura por padrões e cria atalhos para reconhecê-los, como um piloto automático. Mas a desvantagem é que esses atalhos são tendenciosos, pois são adquiridos pelas nossas vivências. Essas informações que ficam no nosso subconsciente afetam a forma de ver o mundo. Por isso, preferimos as pessoas que pertencem ao mesmo grupo que o nosso e temos uma forte tendência a nos afastar das pessoas que são diferentes.

Agora que você já sabe o que são vieses inconscientes está na hora de mudar o roteiro para tomada de decisões e perceber e reconhecer seus preconceitos antes de interagir e agir. Ao identificar os vieses você pode ajudar a combatê-los e eliminá-los da sua vida

Apesar de todos os vieses inconscientes serem barreiras invisíveis para o avanço da inclusão, a boa notícia é que eles podem ser vencidos pelo autoconhecimento, pela conscientização e por um esforço consciente.

*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP

Ciça Cordeiro
Colunista VSP

Jornalista, consultora em diversidade e inclusão, gestora em cultura inclusiva, comunicação e eventos acessíveis. Palestrante, atua ainda com políticas públicas para pessoas com deficiência. É a coordenadora de comunicação e consultora em DE&I no Grupo Talento Incluir.

Foto: O cérebro recebe informações, as agrupa e categoriza rapidamente – Por Meo/Pexels

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