Preconceito contra idosos no Mato Grosso aumenta 40%
Levantamento realizado entre janeiro e maio refere-se somente ao ano de 2023 e foi comparado ao mesmo período de 2022
Por Redação
No mês em que se comemora Dia Mundial da Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa (celebrado no último dia 15); data reconhecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em 2006, a Secretaria Estadual de Segurança Pública, do Mato Grosso apresenta levantamento que mostra aumento de 40% nos crimes de preconceito contra idosos, somente no ano de 2023.
A estatística, realizada entre janeiro e maio deste ano e comparada com dados do mesmo período de 2022, classifica esses delitos como injúria mediante preconceito e calúnia.
No comparativo, esses crimes em 2022 contra pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, chegaram a 80 casos registrados; já em 2023, os números subiram para 112, representando assim o aumento de 40%.
O presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa, Isandir Rezende, em recente entrevista ao G1, explicou que esse cenário precisa ser vencido por meio da conscientização da sociedade.
“Nós precisamos conscientizar a sociedade, os jovens. O que eu quero quando eu chegar aos 60 anos? Como será o meu município? Esse desejo do futuro que temos que buscar no presente para atender essas pessoas que estão desamparadas“, afirmou.
Rezende ressaltou também que as principais violências sofridas pelos idosos acontecem de forma silenciosa, tanto familiar como quanto de forma econômica, em golpes por aplicativo de mensagens.
“Neste ano, só pelo disque 100 nós já recebemos mais de 130 denúncias para serem investigadas pelas assistentes sociais dos respectivos municípios. A questão da violência econômica e a familiar, são as maiores“, disse.
O presidente do Conselho lembra ainda que o combate aos crimes contra idosos deve passar pela formulação de políticas públicas específicas ao público. E para coibir a ação dos criminosos contra os idosos, ressalta que deve ser criado uma delegacia própria para tratar esses crimes, algo que está em andamento no estado e, também, no país.
“O primeiro passo nós precisamos implementar nossa Delegacia do Idoso. Não dá mais para esperar, por isso que falo da rede. É o estado assumindo criar um aparato para assistir essas pessoas violentadas. Não posso chegar com um carro da polícia caracterizado, porque vou colocar o idoso em vexame desnecessário, nós precisamos de veículos descaracterizados, precisamos de psicólogos, assistente social. Tudo isso está sendo elaborado para ser adotado“, finaliza.
Com informações do G1
Foto: Jefferson Lucena/Pexels
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