Concurso de Beleza Miss Gay e a sabedoria de saber perder
A Importância da empatia e da sabedoria entre as candidatas marca o concurso Miss Gay em Cuiabá
Por Nelly Winter
Os concursos de beleza Miss Gay têm se destacado cada vez mais na sociedade contemporânea, promovendo a inclusão e celebrando a diversidade da comunidade LGBT. Além da evidente busca pela estética e elegância, esses concursos também são oportunidades para promover valores como empatia e sabedoria, especialmente quando se trata de lidar com a derrota. Neste artigo, exploraremos a importância desses aspectos, destacando como a empatia e a sabedoria são essenciais para a experiência do Miss Gay, tanto para as vencedoras quanto para aquelas que não alcançam o título.
Essas disputas de beleza não se limitam apenas à aparência física, mas também valorizam a personalidade, o carisma e a atitude das candidatas. Dessa forma, a competição se torna um espaço para expressão individual e celebração da diversidade. A participação nesses concursos oferece às candidatas uma plataforma para representar suas comunidades, defender suas causas e espalhar mensagens de inclusão.
O concurso elege o transformista que mais se assemelha a beleza feminina, as regras e requisitos mudam a cada Estado, porém todos devem se adequar para o concurso nacional que acontece em Juiz de Fora (MG).
Uma das maiores lições que os concursos de beleza Miss Gay podem ensinar é a sabedoria de saber perder. Em um ambiente competitivo, é inevitável que apenas uma candidata seja coroada como a vencedora. No entanto, é importante reconhecer que o objetivo principal desses concursos vai além da vitória pessoal. Trata-se também de uma oportunidade de união e fortalecimento da comunidade LGBT, e as candidatas devem compreender a importância de apoiar umas às outras, independentemente do resultado final.
Em 2009, o concurso Miss Brasil Gay elegeu Ava Simões como a transformista mais bonita do país, ela representava o estado do Espirito Santo. Porém, nem todos aceitaram o resultado de forma amigável, houve confusão, pessoas feridas e uma candidata chegou a arrancar a peruca da miss eleita durante uma entrevista ainda no palco do concurso.
Não muito distante, no último 27 de maio, em Cuiabá aconteceu o Miss Gay Mato Grosso e Emannuelly Beline foi eleita a representante do Estado para o concurso nacional. Assim que o resultado foi anunciado, o marido da segunda colocada invadiu o palco e destruiu a coroa da miss eleita em um ataque de euforia, uma ação impensada que resultou em uma desordem até que a segurança do evento tomasse controle da situação.
A empatia desempenha um papel fundamental na experiência do Miss Gay. Ao compreender as experiências e os desafios enfrentados por outras candidatas, as concorrentes podem estabelecer conexões significativas e criar um ambiente de apoio mútuo. É a empatia que permite que as candidatas valorizem e respeitem as trajetórias de vida únicas umas das outras, tornando o concurso uma experiência enriquecedora para todas as envolvidas.
A Miss Star Internacional Isabelle Castro é o símbolo dessa empatia que pretendo demonstrar. Ela estava no palco no momento em que a coroa foi destruída e não pensou duas vezes em tirar a coroa que usava para coroar Emannuelly Belini. Assim, transformando aquele momento de tormenta em alegria para o público e para a miss eleita.
Para promover a empatia e a sabedoria entre as candidatas, os organizadores do concurso de beleza Miss Gay podem implementar algumas estratégias importantes. É essencial criar um ambiente inclusivo e acolhedor, onde as participantes se sintam à vontade para expressar suas histórias e experiências sem medo de julgamento. Além disso, é importante incentivar atividades que promovam o apoio mútuo, como workshops, painéis de discussão e programas de mentoria.
É fundamental lembrar que a competição em si não deve ser o foco principal, mas sim a celebração da diversidade e a construção de uma comunidade unida. Os jurados também desempenham um papel importante ao valorizar não apenas a aparência, mas também a personalidade, o talento e a dedicação das candidatas. Dessa forma, os critérios de avaliação podem refletir a importância da empatia, sabedoria e contribuição para a comunidade LGBTQ+.
Portanto, é essencial que as candidatas ao Miss Gay compreendam a importância da empatia, da sabedoria e do apoio mútuo durante a competição. Ao fazer isso, elas se tornam modelos inspiradores para outras pessoas e ajudam a criar um mundo onde a diversidade e a aceitação são celebradas. Que o Miss Gay seja mais do que uma busca pela coroa, mas também uma jornada de crescimento pessoal, compaixão e sabedoria para todas as participantes.
*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP
Nelly Winter
Colunista VSP
Cuiabana de chapa, artista, escritora, publicitária, poetisa, palestrante, mestre de cerimônias e cerimonialista, questionadora de tabus, voluntária em ONG’s, apaixonada por pessoas, fascinada por divas do pop, amante de livros e DRAG QUEEN. O podcast Dragpod é apresentado por ela. Nelly Winter foi criada por Thon Silva há 20 anos. E o que era hobby no início, hoje tem o objetivo debater os tabus sociais, com a finalidade de desmistificar rótulos impostos por uma sociedade machista.
Foto em destaque: Finalistas do Miss Gay Mato Grosso/Por Marcio Cavalcanti
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