Travestis e mercado de trabalho
Políticas de inclusão que visem identificar e combater a discriminação no ambiente de trabalho e conscientização da sociedade sobre a importância de se eliminar a discriminação de gênero e sexualidade, são medidas básicas para diminuição do preconceito contra a comunidade LGBTQIAPN+
Por Nelly Winter*
A discriminação contra a comunidade LGBTQIAPN+ é um problema muito presente na sociedade, e infelizmente, as travestis são frequentemente vítimas de preconceito e exclusão no mercado de trabalho. Isso ocorre porque ainda há muitas pessoas que enxergam a identidade de gênero como algo binário, ou seja, acreditam que existem apenas dois gêneros e que todos devem se enquadrar em um deles. Essa visão limitada acaba por afetar diretamente a inserção das travestis no mercado de trabalho, pois muitas vezes elas são rejeitadas pelas empresas simplesmente por não se encaixarem em padrões preestabelecidos.
Esse preconceito é ainda mais grave quando consideramos que a travesti, em muitos casos, é forçada a se prostituir como única forma de sustento. Isso ocorre porque muitas empresas não oferecem oportunidades de emprego para essas profissionais, que acabam sendo marginalizadas e excluídas da sociedade.
Para mudar essa realidade é preciso que a sociedade como um todo se conscientize da importância de se combater a discriminação de gênero e sexualidade. As empresas, por sua vez, podem contribuir para essa mudança, oferecendo oportunidades de emprego para as travestis e outras pessoas que historicamente têm sido excluídas do mercado de trabalho.
Uma das formas de fazer isso é através de políticas de inclusão, que buscam identificar e combater a discriminação no ambiente de trabalho. Essas políticas podem incluir a implementação de programas de treinamento para os funcionários, que os sensibilizem para as questões de gênero e diversidade sexual, bem como a criação de cotas para a contratação de pessoas de minorias, como as travestis.
Além disso, é importante que as empresas criem um ambiente de trabalho seguro e acolhedor para essas profissionais, oferecendo suporte emocional e profissional para ajudá-las a se desenvolver e crescer em suas carreiras.
Outra forma de ajudar as travestis a ingressarem no mercado de trabalho é através da capacitação profissional. Isso pode ser feito através de cursos e treinamentos específicos, que as ajudem a desenvolver habilidades e competências necessárias para atuar em diferentes áreas profissionais. Essa capacitação pode ser oferecida tanto por empresas quanto por organizações não governamentais e governamentais.
Por fim, é importante destacar a importância de se valorizar as travestis como profissionais, reconhecendo suas competências e habilidades, e não apenas sua identidade de gênero. Essa valorização deve ser feita através de políticas de remuneração justa e oportunidades de crescimento profissional, para que as travestis possam ter uma vida plena e digna.
Em resumo, a inserção das travestis no mercado de trabalho é uma questão urgente que precisa ser abordada de forma séria e responsável. É preciso que a sociedade como um todo se conscientize da importância da diversidade e da inclusão, para que as travestis e outras pessoas marginalizadas possam ter uma vida digna e plena. As empresas, por sua vez, podem contribuir para essa mudança, oferecendo oportunidades de emprego, políticas de inclusão e valorização das profissionais de diferentes identidades de gênero.
É fundamental que a luta pela inclusão das travestis no mercado de trabalho seja encarada como um compromisso coletivo. É necessário que empresas, organizações e governos trabalhem juntos para criar um ambiente mais inclusivo e justo para essas profissionais. Somente assim poderemos transformar essa realidade e garantir que todas as pessoas tenham acesso a oportunidades de trabalho e possam exercer seus direitos como cidadãos.
Portanto, cabe a todos nós, enquanto membros da sociedade, lutar por uma mudança real e efetiva, combatendo o preconceito e a discriminação de gênero e promovendo a inclusão das travestis e outras pessoas marginalizadas. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa e igualitária, em que todas as pessoas possam viver plenamente suas vidas, sem medo de sofrer preconceito ou exclusão.
*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP
Nelly Winter
Colunista VSP
Cuiabana de chapa, artista, escritora, publicitária, poetisa, palestrante, mestre de cerimônias e cerimonialista, questionadora de tabus, voluntária em ONG’s, apaixonada por pessoas, fascinada por divas do pop, amante de livros e DRAG QUEEN. O podcast DragPod é apresentado por ela. Nelly Winter foi criada por Thon Silva há 20 anos. E o que era hobby no início, hoje tem o objetivo debater os tabus sociais, com a finalidade de desmistificar rótulos impostos por uma sociedade machista.
Foto: A cantora e travesti, Pepita/Reprodução Instagram
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