O protagonismo além dos livros
Como o bullying e a gordofobia podem mudar a forma como uma pessoa se vê. Atriz lança livro que tem jovem gorda como protagonista
Por Cleber Siqueira
Atriz e ativista gorda, Rafaela Ferreira lança em abril o livro “Eu só cabia nas palavras“. A publicação, que ficou a cargo da editora Harper Collins e aborda questões da gordofobia, é voltada ao público adolescente.
Para a autora, o título representa uma sensação muito forte daquilo que Giovana, a protagonista da história, sente. “Ela só cabe nos textos que escreve ou nos espaços onde ela se expressa pelas palavras“, diz.
Em fevereiro, durante entrevista à UniversaUol para falar sobre o livro, Rafaela destacou a relação existente entre o público alvo e o tema abordado. “Esse livro é para quem está se descobrindo, porque fala, principalmente, da fase da adolescência da protagonista. É um momento muito difícil para todo mundo descobrir o próprio corpo e se colocar no mundo.“
A atriz diz ainda que pessoas gordas não devem ser retratadas apenas com sofrimento, porém, decidiu expor a gordofobia no livro para que os jovens se identifiquem. “Isso acontece quando eles se percebem vivendo a mesma coisa que a personagem e encontram um caminho para lidar com isso que não seja o sofrimento. É importante trazer essa mudança de pensamento para a sociedade“, explica.
Rafaela que, recentemente também participou da campanha do Portal VSP “Como seria o mundo sem preconceitos“, afirma enxergar avanços na pauta da gordofobia, mas considera necessário ir mais adiante. “Acredito que estamos evoluindo nessa pauta, mas quero mais. Quero protagonismo gordo. Quero assistir uma série onde eu me reconheça ali e quero receber esses personagens.”, ressalta.
Mas a evolução das questões que se referem ao combate a esse tipo de preconceito passam também por uma série de discussões e medidas. Para a atriz, discutir gordofobia é muito mais do que se falar sobre autoestima, as necessidades das pessoas gordas são facilmente observadas na falta de direitos básicos, como a acessibilidade, por exemplo.
Em rede social Rafaela se define como artivista, ou pessoa que usa a arte como forma de ativismo. Seu livro, apesar de ser uma obra de ficção carrega uma série de fatos que aconteceram na vida real da autora e que, segundo ela, trata-se de uma forma de se afirmar e de lembrar as pessoas que esse tipo de preconceito acontece.
Em outras palavras, trata-se de uma forma de -entre tantas atividades propostas pela atriz- exercer o ativismo que tomou como causa. O que nos mostra que na luta contra a gordofobia, mais uma vez o protagonismo se apresenta além dos livros.
Se prepare, o lançamento de “Eu só cabia nas palavras” é em abril, mas na segunda quinzena de março já tem pré-venda liberada.
Foto: Rafaela Ferreira/Reprodução Instagram
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