Viver sem preconceitos com os meus preconceitos
Espantar os fantasmas talvez seja a saída para se viver sem preconceitos, quando já se sabe que os seus próprios preconceitos existem
Por Ricardo Soares*
Pode parecer estranho, mas, talvez não seja, escolher falar de meus próprios preconceitos na minha estreia no “Viver Sem Preconceitos“. Talvez seja uma forma de tentar fugir deles, de melhorar, de escapar de pré-julgamentos e generalizações.
Isso posto louvo a iniciativa do “Viver Sem Preconceitos” pois espero que ao falar deles possamos ajudar a dinamitá-los como eu tento – confesso que sem muito sucesso – fazer com os meus que, na maioria, são preconceitos em cima de emoções baratas ou atitudes comportamentais e de estilo, no caso literário e jornalístico.
Vou então, sem pudor, listar alguns dos meus. Não me julguem, se é que isso é possível, pois não me orgulho desses meus preconceitos embora alguns deles possam parecer engraçados. Por exemplo, tenho pé atrás com quem usa nos pés aquelas sandálias abertas masculinas, chamadas de “papetes” apesar de eu usar com gosto as hediondas “Crocs” que são feias mas confortáveis.
Faço muxoxos quando vejo homens usando coques ou rabos de cavalo nas madeixas, sempre julgo mal quem gosta de música sertaneja ou funk ostentação, tenho horror à linguagem politicamente correta dos “todes”, saio correndo quando ouço aqueles textos piegas em reportagens de televisão, “estilo” fundado pelo finado Armando Nogueira de quem não se pode falar mal sem tomar puxão de orelhas.
Preconceitos, creio eu , todos temos e sabemos. Só não os proclamamos com medo dos “cancelamentos” tão pródigos hoje em dia quando se assume uma sinceridade não tão bem vinda. Mas aqui eu arrisco. Podem ter preconceito contra os meus preconceitos contanto que tentemos, juntos, combater todos eles.
*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP
Ricardo Soares
Colunista VSP
Jornalista, escritor, roteirista e diretor de TV. Dirigiu 12 documentários e escreveu para a TV Cultura, Rede SescSenac, TV Brasil, GNT e outras. Um dos criadores e primeiro apresentador do programa Metrópolis da TV Cultura. Fez parte da equipe que fundou o Caderno 2 do Estadão. Publicou 10 livros, entre eles, os romances Cinevertigem e Amor de Mãe, além dos infantojuvenis Valentão e O Brasil é feito por nós? No Instagram fala de livros em 1 minuto no @naredecomsede.
Foto em destaque: Pexels
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Seu texto me fez refletir sobre meus preconceitos e sou obrigada a confessar o meu preconceito em relação às pessoas que usam Crocs.