O colorido e a alegria contra o preconceito e a violência

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De volta à rua depois de dois anos, a Parada da Diversidade de Pelotas reuniu centenas durante oito horas de evento

Por Redação DP

Um público de diferentes idades foi dar apoio à causa LGTBQIA+, além de se divertir com a música e os shows, na tarde deste domingo (27), durante a realização da 21ª Parada da Diversidade de Pelotas. O evento reuniu centenas de pessoas no em torno do palco montado na avenida Bento Gonçalves, em frente ao parque Dom Antônio Zattera. A ação voltou para a rua, depois de dois anos sem eventos presenciais, por causa da pandemia. As atividades começaram às14h e se estenderam até as 22h.

Embalada pela primavera, a 21ª edição foi para a rua sob o tema Floresça. De acordo com os organizadores, a intenção foi transmitir uma ideia de renovação. “Estamos saindo de dois anos de pandemia, a gente precisa se mostrar, mostrar que a gente sobreviveu, que estamos vivos e dispostos a continuar lutando contra o preconceito e a discriminação e principalmente contra o fascismo”, diz o presidente do Conselho Municipal dos Direitos e da Cidadania LGBT de Pelotas e um dos organizadores do evento, Marcos Potenza.

A maior data LGBTQIA+ do ano em Pelotas teve uma parada on-line em 2020. Em 2021, foi realizada de forma híbrida (presencial e virtual), no Theatro Guarany, porém com a presença de um pequeno público. A volta para a rua, local de origem do evento, é motivo de celebração não só dos organizadores, mas também do público que esteve presente. “É onde movimento social gosta de estar, então a gente está muito feliz de estar aqui com todo mundo, poder mostrar nossas cores, nossa alegria.

Apesar de ser um momento de festividade, a parada se propõe ainda a instigar a comunidade a refletir sobre as diferentes demandas desta parcela da sociedade. Potenza lembra que nos últimos seis anos houve perdas importantes entre as conquistas. “Muitos direitos LGBTs foram cassados, o Conselho Nacional LGBT foi fechado pelo governo Bolsonaro. A gente quer retomar esses direitos e conquistar outros que estavam na nossa pauta”, fala.

Entre as pautas, lembra Marcos Potenza, estão o direito à educação, ao trabalho e a saúde, porque, segundo ele, ainda hoje LGBTs e transexuais acabam excluídos desses processos. “Precisamos avançar nesses temas.

Potenza ainda comentou que a pandemia ajudou aumentar as desigualdades sociais. “Aumentou muito a pobreza e a população de travestis e transexuais, que sempre foi muito marginalizada, durante a pandemia se tornou ainda mais vulnerável.” Em razão disso muitas das entidades que integram o movimento tiveram de se voltar também ao assistencialismo.

Entre as atrações da festa da diversidade, o público pode apreciar a animação das drag queens, as músicas dos Djs e os shows dos gogo boys, no final da tarde, o trio elétrico andou algumas quadras arrastando o público junto com ele. O evento ainda teve, na abertura, a presença da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) e das vereadoras Míriam Marroni (PT) e Carla Cassais (PT), que levaram apoio ao movimento.

A ação é organizada pelo Conselho Municipal dos Direitos e da Cidadania LGBT de Pelotas, ONGs Vale a Vida e Gesto Osc, Núcleo de Gênero e Diversidade da UFPel (Nugen), Núcleo de Gênero e Diversidade do IFSul (Nuged), com o apoio da Prefeitura.

– Apoio da comunidade –

Prestigiando o evento, a autônoma Marciele Xavier, 37, conta que costuma acompanhar a Parada da Diversidade. “Para mim toda a forma de amor é válida, então acho importante estar aqui para dar apoio. Devagar a gente está conseguindo se mobilizar para melhorar as coisas”, comentou. Marciele também lamenta as perdas sociais, mas, otimista, acredita em reconquistas e avanços nos próximos anos. “A gente tem que acreditar.

Para o ator e professor de teatro Flávio Dornelles é importante se manter viva a Parada da Diversidade para que alertas contra o preconceito e a violência não cessem. “A violência não só com os homossexuais, mas também com as mulheres trans. Esse evento tem que reforçar a responsabilidade da sociedade para com isso.

A drag queen Panter era uma estreante na Parada pelotense. Natural de Arroio Grande, Panter pretende se mudar para o município em breve, onde ela acredita que terá mais oportunidades. “Aqui em Pelotas acho mais tranquilo em relação ao preconceito, na minha cidade se eu saio assim, montada na rua posso levar uma pedrada” comenta.

A maquiadora e figurinista diz que falta conscientização para pôr fim ao preconceito. “As pessoas precisam abrir a mente, mas tem uma grande parte da população que está consciente de que não é uma doença, não é errado.

Para Panter eventos como a parada deveriam acontecer mais vezes durante o ano para incentivar a população a aceitar a diversidade. “Para mim aqui estar na Parada é libertador, uma alegria imensa. A gente vem e se mostra de verdade, mostra a nossa arte, nosso trabalho, é muito bom.

Publicada originalmente no Diário Popular  
Foto: Reprodução Diário Popular

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