Após enfrentar preconceito no Brasil, brasileiro se destaca como bailarino em NY
“Eles me chamavam de gay e bichinha. Eles achavam que isso era ofensa, mas hoje entendem que tudo não passou de falta de conhecimento”, lembra o bailarino durante a entrevista
Por Redação
Atualmente, com 17 anos de idade, o jovem Thierry Gonçalves, natural de Santa Gertrudes, no estado de São Paulo, sempre soube o que queria na vida e desde a infância enfrentou o preconceito para correr atrás dos seus sonhos. Quando ele completou nove anos sentiu uma vontade enorme de dançar e sua única opção era a escola municipal de dança.
Ele lembra que na época havia cerca de 200 crianças que faziam aulas de balé e jazz, mas todas eram meninas. Thierry seria o primeiro menino e isso desencadeou uma onda de preconceitos. Para seguir com o seu objetivo, ele teve que passar por cima das provocações na escola e por uma grande população que não aceitava que um homem pudesse dançar.
“Eles me chamavam de gay e bichinha. Eles achavam que isso era ofensa, mas hoje entendem que tudo não passou de falta de conhecimento“, disse Thierry.
Apesar de não baixar a cabeça para as provocações, os pais de Thierry sempre foram muito preocupados com a situação e o menino mudou de escola mais de uma vez. Mesmo com as mudanças, ele continuava a enfrentar o preconceito. Mesmo assim, crescia não só em idade e tamanho, mas na paixão pelo balé.
Depois de um tempo, ele passou a frequentar uma academia na cidade vizinha, em Rio Claro, e nem mesmo a distância o fazia perder as aulas de balé. Seu sonho era se tornou um profissional e se destacar como bailarino.
Em 2015, ele esteve no Festival de Joinville e aproveitou a oportunidade de participar da audição que a Escola Bolshoi realizou. Foram aproximadamente 500 concorrentes, e Thierry ficou entre os 12 aprovados.
Isso fez com que ele se mudasse para Joinville, ficando em uma casa-alojamento dos alunos, para estudar no curso técnico em dança clássica. Na época, tinha apenas 15 anos e mesmo sabendo que estava seguindo o seu sonho, sentia muita saudade de casa.
O tempo passou e agora ele volta para a sua cidade natal apenas para visitar a família. As abordagens nas ruas, pelos meninos, ainda acontece, mas não mais para zomba-lo e sim, para parabeniza-lo pelo sucesso.
Atualmente, ele que adotou o nome de Thierry Blannchard, se tornou um bailarino profissional formado pela Escola Russa Bolshoi no Brasil. Em Agosto ganhou um contrato para trabalhar como membro da Eglevsky Ballet, em New York, tornando-se o primeiro brasileiro a dançar nessa companhia.
Neste mês, Thierry foi convidado para interpretar o papel principal de “O Quebra Nozes” em uma companhia na Pennsylvania.
Para saber mais sobre Thierry, acesse as suas redes sociais, clicando aqui
Publicada originalmente em Brazilian Times
Foto em destaque: Thierry Blannchard/Reprodução Instagram
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