‘Luta diária’, afirma menor casal do mundo sobre preconceito contra pessoas com nanismo

Paulo Gabriel da Silva Barros e Katyucia Barros têm 1,81m juntos e moram em Itapeva (SP). Com uma dose de humor, casal usa as redes sociais para mostrar os desafios enfrentados por conta da deficiência.

Por Rafaela Zem

O Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra Pessoas com Nanismo foi celebrado nesta terça-feira (25). Para falar sobre o tema, o g1 conta a história de um casal que tem feito sucesso nas redes sociais ao mostrar os desafios enfrentados por conta da deficiência.

Considerados desde 2016 pelo Guinness Book como o menor casal do mundo, Paulo Gabriel da Silva Barros e Katyucia Lie Hoshino Barros acumulam mais de 100 mil seguidores nas redes sociais e pouco mais de 600 mil inscritos em um canal do YouTube.

Entre os conteúdos compartilhados, os dois mostram um pouco da rotina e das limitações enfrentadas, tudo com uma boa dose de humor (assista abaixo).

“Ao falar de inclusão e acessibilidade, as pessoas pensam em paraplegia ou deficiências semelhantes. O nanismo quase nunca é lembrado. Por isso, praticamente não existem caixas de banco menores, privadas adaptadas e afins. Essas são lutas diárias. Isso é um pouco do que mostramos no nosso perfil. É uma forma de sermos vistos e lembrados”, explicou.

Apesar da maioria dos seguidores apoiarem o casal, Paulo ressalta que os temidos “haters” também surgem e bombardeiam a página com comentários preconceituosos.

“Se pensar só nos comentários ruins não se vive na internet. A gente sempre tenta tirar esse lado do coitadismo. Mesmo com 90 centímetros, com o nanismo, dá para viver. É preciso aceitar a diversidade! Isso tem surtido efeito. Muita gente manda mensagens dizendo que levamos alegria, que venceram a depressão com nossos conteúdos. Isso é gratificante“, disse.

Contente com o retorno dos seguidores e com objetivo de mostrar o dia a dia das pessoas com nanismo, Paulo contou ao g1 que sempre tenta esclarecer as dúvidas dos seguidores, sendo que um dos principais questionamentos é em relação a filhos.

“Ter filhos ainda não faz parte dos nossos planos. Agora, temos outros planos, metas profissionais e conquistas. Por enquanto, só somos pais de Pet, e ela já dá um pouquinho de trabalho“, revelou Paulinho, que também criou um perfil no Instagram para a Milady, uma cadela de estimação da raça Yorkshire.

– Guinness Book –

Em 2016, o casal foi reconhecido como o menor do mundo, título que defendem até hoje. Eles viajaram a Londres para conhecer a sede do Guinness Book.

Paulo e Katyucia tiveram o recorde reconhecido em setembro daquele ano, quando se casaram. Paulo tem 90 centímetros e Katyucia mede 91 centímetros.

Eles se conheceram em 2006, por meio da internet, mas só se encontraram pessoalmente dois anos depois. Em 2016, o G1 passou um dia com eles.

“Ele me adicionou, conversamos pelo ‘MSN’, e ele ficava dando em cima de mim, enchendo o ‘saco’, até que bloqueei ele”, contou a esposa. Paulinho se defendeu dizendo que era uma “estratégia do amor”. “Eu estava tentando te conquistar”, brincou.

Na época, Katyucia morava em Londrina (PR) e Paulinho já morava em Itapeva, interior de São Paulo. O bloqueio durou um ano e meio, até que ela resolveu voltar a falar com ele.

“Era outro momento. Eu voltei a conversar porque ele estava terminando a faculdade de Direito e eu começando”, contou ela.

Depois de oito anos de relacionamento, o casal, que morava junto em Itapeva, resolveu casar em 17 de setembro de 2016. Dois meses após o casamento, os dois receberam o certificado do livro dos recordes.

“Houve uma série de exigências, com documentos e laudos médicos para atestarem nossa altura. Sabemos que antes de nós era um casal três centímetros mais alto que a gente e que se separou há alguns anos. Então, o recorde estava vago“, lembrou Katyucia.

Publicada originalmente no G1/TVtem
Foto em destaque: Reprodução/Facebook

Siga o Viver Sem Preconceitos nas Redes Sociais

Curta, comente, compartilhe…
Vamos fazer do mundo um lugar melhor para se viver,
um lugar com menos preconceitos!

O Portal Viver Sem Preconceitos autoriza a reprodução de seus conteúdos -total ou parcial- desde que citada a fonte e da notificação por escrito.
Para o uso de matérias e conteúdos de terceiros publicados aqui, deve-se observar as regras propostas por ele.