Monark é a cara de um Brasil sem limites

Monark é a cara de um Brasil sem limites
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Um povo que elege a extrema-direita, legitima a discriminação e o preconceito

O Brasil hoje só falou do Monark. Mas, acredito, isso é só uma gota no copo cheio… cheio, mas longe de transbordar

As frases que marcaram o episódio, enquanto ele discutia liberdade de expressão com os deputados federais Kim Kataguiri e Tabata Amaral, além de cruéis estavam carregadas de arrogância:  “Acho que o nazismo tinha que ter um partido nazista e reconhecido pela lei” e “se o cara quisesse ser um anti-judeu, ele tinha o direito de ser“, e foram acompanhadas pelo silêncio de Kim Kataguiri e pela morosa tentativa de Tabata Amaral de explicar que liberdade de expressão à nazistas é algo que coloca em risco toda comunidade judaica.

Atitudes que, involuntariamente, me fizeram lembrar do dito popular -baseado em uma frase do ator Chris Rock, e erroneamente creditado como um ditado alemão- que diz assim: “Se há dez pessoas em uma mesa, um nazista chega e se senta, e nenhuma pessoa se levanta, então existem onze nazistas numa mesa“.

E olha como é a vida, enquanto escrevo esse texto de repúdio às falas do Monark, me chega a informação da demissão dele, e também que tanto ele como o Kim Kataguiri devem ser investigados pela PGR pelo crime de apologia ao nazismo.

Por outro lado, essa demissão só reforça meu pensamento do copo cheio, porém, longe de transbordar.

Se tornou habitual de poucos anos pra cá deixar que a árvore daninha cresça e, quando for o caso, retira-se alguns galhos podres.

Esse é o Brasil sem limites. Um país que ao eleger um candidato da extrema-direita, “legitimou” a discriminação e o preconceito. Empossou um ministro xenófobo, outro neonazista, uma misógina e até um negro racista.

A esses símbolos do retrocesso somam-se 500 anos de lutas trabalhistas jogados no lixo; uma alta elevação no número de venda de armas que cresceu no mesmo patamar do número de mulheres mortas dentro de casa, assassinadas pelos companheiros armados e, o mais grave, legitimou a violência como argumento plausível para reacionários que não conseguem dialogar.

Monark mostrou extraordinária falta de conhecimento histórico. Errou, mostrou indiferença e total falta de empatia pela comunidade judaica. Mais do que isso, desrespeitou o ser humano.

Porém, vale lembrar que ele apenas seguiu a cartilha que vem sendo proposta desde a posse desse governo. Ele se baseou no modelo, no exemplo do “tudo eu posso”.

Portanto, que a gente não se deixe enganar, o caso Monark é apenas mais um entre tantos que já aconteceram e outros que devem surgir, afinal, a arrogância cada vez mais se mostra como a principal característica dos estúpidos.

Foto: Campo de Concentração nazista/Pexels
*Estima-se que mais de 6 milhões de judeus tenham sido mortos durante o holocausto na 2a guerra mundial

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Cleber Siqueira

Cleber Siqueira

Jornalista, é autor do livro "Fernando, o menino sem dedos". Fundador e editor do Portal Viver Sem Preconceitos, tem pós-graduação em Sociopsicologia. Sua monografia, intitulada "Homossexualidade, o amor às chamas: um breve ensaio sobre o preconceito", faz uma análise entre a literatura específica e a vida real da população homossexual no início dos anos 2000.

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