Diagnóstico Tardio de TEA

Diagnóstico Tardio de TEA
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A melhor fase para se diagnosticar o TEA é a primeira infância. Mas e quando isso não é possível?

Por Melaine Machado*

A identificação precoce do autismo é crucial para iniciar intervenções e suporte adequados. A melhor fase para investigar e diagnosticar o autismo é durante a primeira infância, geralmente entre os 18 meses e os 2 anos de idade. É nesse período que os sinais podem se tornar mais evidentes à medida que a criança se desenvolve e interage com o ambiente.

No entanto, nem sempre é possível diagnosticar o autismo tão cedo. Alguns casos podem passar despercebidos até que a criança cresça e os sintomas se tornem mais claros. Mesmo assim, o diagnóstico pode ser feito em qualquer idade.

No caso de suspeitas de autismo em crianças mais velhas, adolescentes ou adultos, uma avaliação clínica por profissionais especializados em transtornos do neurodesenvolvimento pode ser realizada a qualquer momento. A identificação e o diagnóstico precisos são essenciais para oferecer o suporte necessário e adaptar as intervenções conforme as necessidades individuais.

O autismo tardio, também conhecido como diagnóstico tardio de autismo, refere-se à identificação do TEA em indivíduos mais velhos, geralmente na adolescência ou na idade adulta. Isso pode acontecer quando os sintomas não foram reconhecidos anteriormente ou quando são leves e passam despercebidos. A compreensão do autismo tem evoluído ao longo do tempo, permitindo diagnósticos mais precisos em diferentes idades. Se um adulto suspeita que possa estar no espectro do autismo, buscar um diagnóstico pode ser feito através dos seguintes passos:

Pesquisa e autoavaliação, conversa com um profissional de saúde, avaliação clínica, avaliação multidisciplinar.

É importante lembrar que o diagnóstico de autismo em adultos pode ser complexo e nem sempre é fácil de obter. Encontrar um profissional experiente em avaliação de adultos com autismo pode ser fundamental para um diagnóstico preciso.

Receber um diagnóstico de autismo na idade adulta pode ser um momento desafiador e emotivo. Aqui estão algumas maneiras de lidar com essa situação:

Dê a si mesmo tempo para assimilar a notícia. É normal ter uma gama de emoções, como choque, confusão, alívio ou até mesmo tristeza. Respeite suas próprias reações emocionais. Fale com amigos, familiares ou grupos de apoio que possam entender e oferecer suporte durante este momento. Compartilhar seus sentimentos pode ajudar a aliviar o peso emocional. Aprenda mais sobre o autismo e como ele pode se manifestar em adultos. Conhecimento pode proporcionar uma melhor compreensão de si mesmo e das suas demandas. Caso sinta necessidade, considere buscar terapias específicas para autismo, que podem ajudar a desenvolver habilidades sociais, emocionais e práticas para lidar com desafios do dia a dia.

Reconheça que o autismo é uma parte de quem você é, mas não define sua identidade por completo. Aceitar-se e valorizar suas próprias habilidades e singularidades é fundamental para o bem-estar emocional.

Identifique estratégias que possam ajudar a enfrentar desafios e alcance seus objetivos. Isso pode incluir ajustes no trabalho, estudos ou no seu ambiente cotidiano para melhor acomodar suas necessidades. Reconheça suas realizações e progressos ao longo do tempo. Cada passo é valioso e merece reconhecimento.

Se sentir dificuldades para lidar com o diagnóstico ou se estiver impactando significativamente sua vida, considerar a ajuda de um psicólogo ou terapeuta especializado em autismo pode ser benéfico para auxiliar no processo de adaptação e aceitação. Ressalto que o diagnóstico, mesmo que tardio, aliado à terapia, é fundamental para o autoconhecimento, autocuidado e desenvolvimento da autonomia.

*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP

Foto: A atriz Letícia Sabatella recebeu o diagnóstico de TEA aos 52 anos/Reprodução Instagram

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