O Brasil será melhor, é o que o passado nos lega

O Brasil será melhor, é o que o passado nos lega
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Nenhuma prisão destrói um líder; assim como tirar sua liberdade também não significa eliminar sua história. Ao contrário, o que o passado tem nos legado é a esperança de um Brasil melhor

*Por Cleber Siqueira

Vinte e sete anos. Esse foi o tempo total em que Nelson Mandela foi privado de liberdade por lutar contra o Apartheid. Ele esteve preso até fevereiro de 1990. Sua história é conhecida, porém alguns fatos devem ser relembrados.

Enquanto esteve na cadeia, Mandela recusou uma revisão de pena e também a liberdade condicional. Nos dois casos não aceitou as propostas extremas que o governo segregacionista impôs. Ele sabia que sua prisão era política, era por sua luta contra o sofrimento do povo africano. A arrogância do governo Afrikâner e a manutenção de Mandela na cadeia custariam caro a partir da década de 1980.

Boicote dos pilotos de F1 ao GP da África do Sul, em 1985, e a retaliação completa a partir do ano seguinte com a exclusão da prova no calendário. Em 1988, um gigantesco evento na Inglaterra com 12 horas de duração com participação de Sting, Eric Clapton, Whitney Houston, Whoopi Goldberg e Richard Gere entre tantos outros artistas causou comoção internacional ao ser televisionado para mais de 60 países.

Esses são apenas alguns dos muitos acontecimentos que forçaram o governo à libertação de Mandela e a decretação do fim do regime de segregação racial, em 1990.

Em 1991, Nelson Mandela se torna presidente da África do Sul e em 1993 recebe o Nobel da Paz.

Por sua luta pela independência da Índia, Gandhi ficou preso por dois anos. Da cadeia viu a esposa morrer e só foi libertado para não sucumbir à malária dentro da prisão, o que deixaria o povo em fúria.

A prisão, porém, apenas o ajudou a coordenar seus ideais de luta pela liberdade de seu povo. Livre e curado da malária cancelou a luta; viu mais de 100 mil presos políticos serem libertados e em menos de três anos acompanhou a independência de seu país.

Martin Luther King foi preso duas vezes, por pouco tempo, mas tempo suficiente para reforçar o seu “sonho” por direitos civis iguais a negros e brancos.

É dele a frase “I have a dream” – eu tenho um sonho. Sonho que muitos acreditam que ele não tenha vivido. Porém, o que poucos se lembram é que o sonho de Luther King não era apenas viver sob a igualdade dos direitos civis, mas sim deixar como herança que a luta, assim como um sonho, não acaba e que a batalha diária depende de cada um. E isso ele conseguiu…

Os verdadeiros líderes criam raízes, fincam essa força no solo e fazem dele seu lar, transformando seu terreno no melhor lugar para viver, pois nada pode tirar deles o amor pela casa. Diferente dos falsos líderes e de seus seguidores que, sem raízes e sem amor só se utilizam da força bruta para dominação.

Mas força bruta sem compaixão, sem raízes, sem amor, nada mais é do que arrogância. E nós sabemos, em todos os casos na história, que a arrogância tem se mostrado estúpida. Uma ignorância que zomba os mais frágeis, cativa os incautos e fortalece a resistência do adversário. Arrogantes zombam… e transformam líderes em mártires.

E tenha certeza, no Brasil nada disso é… ou será, diferente! O passado já escreveu nosso futuro. E nós sabemos de onde ele virá.

*Texto escrito em outubro de 2019, por ocasião do cenário político que se desenhava à época.
Foto: Montagem/Reprodução Internet

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Cleber Siqueira

Cleber Siqueira

Jornalista, é autor do livro "Fernando, o menino sem dedos". Fundador e editor do Portal Viver Sem Preconceitos, tem pós-graduação em Sociopsicologia. Sua monografia, intitulada "Homossexualidade, o amor às chamas: um breve ensaio sobre o preconceito", faz uma análise entre a literatura específica e a vida real da população homossexual no início dos anos 2000.

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