NR1 tem nova versão

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A Norma Regulamentadora nº 1, os riscos psicossociais e o  impacto na vida de profissionais com deficiência

Por Ciça Cordeiro*

Em vigor desde 2024, a nova versão da Norma Regulamentadora nº 1 (NR1) representa um marco na promoção de ambientes de trabalho mais seguros, saudáveis e humanos. Publicada por meio da Portaria MTE nº 1.419, a norma amplia seu escopo e traz exigências claras para o gerenciamento de todos os riscos ocupacionais, incluindo os psicossociais – que, até então, eram muitas vezes negligenciados pelas empresas.

A nova NR1 não apenas moderniza processos e simplifica obrigações, como também reconhece oficialmente que aspectos como estresse, assédio moral, sobrecarga e instabilidade emocional impactam diretamente a saúde dos trabalhadores. A partir de maio de 2025, todas as empresas com ao menos um colaborador CLT deverão estar em conformidade.

-O que são riscos psicossociais?-

São fatores organizacionais e relacionais que podem prejudicar o bem-estar emocional e mental de uma pessoa no ambiente de trabalho. Isso inclui:

  • Carga excessiva de trabalho,
  • Pressão por metas inalcançáveis,
  • Ambientes hostis ou discriminatórios,
  • Falta de apoio da liderança,
  • Insegurança profissional e instabilidade

A consequência direta? Burnout, ansiedade, depressão, distúrbios do sono, aumento do absenteísmo e queda da produtividade.

-Riscos psicossociais e profissionais com deficiência: um alerta necessário-

Embora os riscos psicossociais afetem todos os trabalhadores, seu impacto é ainda mais acentuado quando falamos de pessoas com deficiência. Além do estresse e das cobranças comuns no ambiente corporativo, esses profissionais enfrentam barreiras adicionais:

  • Capacitismo estrutural: quando suas competências são sistematicamente questionadas ou subestimadas,
  • Falta de acessibilidade: física, digital ou comunicacional, que gera desgaste emocional e físico,
  • Microagressões diárias: como piadas, olhares ou silêncios que causam isolamento e baixa autoestima,
  • Exclusão social e falta de protagonismo: que limitam oportunidades de crescimento e reconhecimento.

Quando esses fatores não são levados em conta no planejamento de saúde e segurança do trabalho, o resultado é o aumento da rotatividade, sofrimento emocional e quebra do engajamento.

-O que as lideranças podem (e devem) fazer?-

A adequação à NR1 requer mais do que cumprir protocolos: exige transformação cultural. Para que ela seja inclusiva de fato, necessário:

  • Eliminar barreiras de acessibilidade com base nas normas NBR 9050 e NBR 17225,
  • Capacitar lideranças sobre os impactos do capacitismo e dos riscos psicossociais,
  • Criar canais de escuta ativa, seguros e confidenciais,
  • Flexibilizar jornadas de trabalho, respeitando necessidades individuais,
  • Investir em suporte psicológico e programas de bem-estar emocional.

-NR1: obrigação legal ou diferencial estratégico?-

Ambas. Empresas que entendem que bem-estar e inclusão caminham juntos constroem equipes mais fortes, diversas e engajadas. Ao incluir o tema dos riscos psicossociais de maneira interseccional – reconhecendo os desafios enfrentados por profissionais com deficiência – é possível transformar o ambiente de trabalho em um espaço mais justo, equitativo e produtivo.

O futuro do trabalho é acessível, saudável e psicologicamente seguro para todos. Sua empresa está preparada?

*O texto produzido pelo autor não reflete, necessariamente, a opinião do Portal VSP

Foto: Reprodução Internet

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