Entenda o que é interseccionalidade – e por que ela é importante para a diversidade nas empresas

Entenda o que é interseccionalidade – e por que ela é importante para a diversidade nas empresas
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A interseccionalidade é um ponto importante, mas que não recebe a devida atenção dentro dos projetos de diversidade e inclusão. Entenda.

Por Cris Kerr

Quando falamos sobre inclusão e diversidade, nos é apresentado um mundo repleto de territórios que ainda não foram explorados e diversas questões que podem ser intimidadoras à primeira vista. Há 14 anos, quando comecei a trabalhar os valores de DIEP (Diversidade, Inclusão, Equidade e Pertencimento) dentro das empresas, as conversas sobre inclusão de diversidade e o seu papel fundamental nas organizações ainda estavam engatinhando.

Aos poucos, a causa foi ganhando espaço e é possível ver um grande avanço na diversidade dentro do ambiente corporativo. Sou otimista e gosto de ver o copo meio cheio, mas precisamos nos lembrar que ainda há muitos pontos que precisam ganhar visibilidade e serem trabalhados com intencionalidade pela liderança de grandes empresas. As interseccionalidades são um ponto de grande importância quando olhamos para os grupos minorizados e que ainda não recebem a devida atenção dentro dos projetos de diversidade e inclusão.

Interseccionalidade é um termo que foi criado pela professora estadunidense Kimberlé Williams Crenshaw, que tem como principal foco de seus estudos as questões de raça e gênero. De forma simples, as interseccionalidades acontecem quando uma pessoa se encaixa em mais de um grupo minorizado simultaneamente.

É o caso de pessoas com deficiência que fazem parte da comunidade LGBTQIAP+, por exemplo. Nesse caso, além das barreiras que já são impostas a uma pessoa com deficiência no mercado de trabalho, essa pessoa também enfrenta preconceitos em relação a sua sexualidade, lidando com ainda mais obstáculos na sua convivência social.

A pesquisa “Women in the Workplace”, publicada em 2020, mostra os efeitos das interseccionalidades no ambiente corporativo. Os resultados mostraram que as mulheres negras recebem menos apoio de seus gerentes, são promovidas mais lentamente e têm menos acesso aos cargos de liderança sênior do que as mulheres brancas.

Quanto mais interseccionalidades uma pessoa carrega, mais marginalizada ela se torna. Sabendo disso, é papel das empresas lembrarem de seus compromissos com a causa da diversidade e inclusão e buscar oferecer acolhimento e um espaço seguro para essas pessoas. Esse trabalho só se torna efetivo quando encontramos pessoas com histórias e origens diversas dentro de um mesmo espaço.

E o que a empresa ganha com isso?‘, você pode estar se perguntando, o trabalho de DIEP não é sobre caridade, como muitos podem pensar, é sobre fazer a diferença de dentro do seu ambiente para fora, e ganhar com isso pessoas dedicadas, inovadoras, criativas e felizes. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard apontou que 52% das empresas que não adotam diversidade e inclusão já faliram, e isso mostra que o futuro clama por mudanças que precisam ser feitas agora.

Publicado originalmente no portal Você S/A
Foto: Uriel Mont/Pexels

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