Avanço em mobilidade e política transversal para pessoas com deficiência
Presente na equipe de transição do governo Lula, o deputado federal eleito, Guilherme Boulos, em entrevista à Rádio Eldorado, fala sobre mobilidade para pessoas com deficiência.
Por Cleber Siqueira
Em entrevista à Rádio Eldorado, na quarta-feira (16/10), o deputado federal eleito, Guilherme Boulos (PSOL-SP), falou sobre a necessidade multidisciplinar de uma política para pessoas com deficiência. “A política de pessoas com deficiência tem de ser transversal a todas as áreas de política social e de política urbana. Não podemos pensar nisso apenas em uma caixinha“, disse. Acrescentando que, quando se trata de mobilidade e invisibilidade das pessoas com deficiência, somos um país muito atrasado.
“Precisamos avançar muito na mobilidade. Em várias cidades do País, há ônibus sem adaptação e funcionários que não são treinados para atender pessoas com mobilidade reduzida“, ressaltou.
Boulos disse ainda que “isso tem de ser integrado a uma política geral de cidades. Se você tem calçadas totalmente quebradas, inadequadas, irregulares, já é difícil para qualquer um, mas quando se trata, por exemplo, de um cadeirante, é muito mais difícil. Estamos falando de urbanização em favelas, de acesso aos equipamentos públicos, de saúde, de educação, que não são adaptados“.
O deputado eleito faz parte do grupo de Cidades na equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No geral, o grupo de transição do governo Lula tem, até agora, quatro pessoas com deficiência. Rubinho Linhares, que é o coordenador nacional das Pessoas com Deficiência do PT, tem nanismo; o economista Luiz Alberto Melchert, que faz parte da equipe de Direitos Humanos, é cego; o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, bicampeão paralímpico no futebol de 5, também tem deficiência visual, e Verônica Hipólito, medalhista de prata e bronze nas corridas de 100 e 400 metros nos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016, na categoria T38. Mizael e Verônica estão no grupo de esporte.
O presidente Lula desde a campanha presidencial vem dizendo que a diversidade terá atenção destacada em seu governo. Com ênfase, citou os povos originários, negros e LGBTs, porém mesmo com quatro PCDs fazendo parte de sua equipe de transição, ainda não divulgou nenhuma proposta para a população com deficiência.
O que o Portal Viver Sem Preconceitos espera é que o termo diversidade no governo Lula, seja aplicado na forma mais ampla de sua interpretação e não apenas a um ou outro grupo, como os citados acima. Um bom exemplo é a questão de acessibilidade que, nos últimos anos, principalmente às pessoas com deficiência e às pessoas gordas, pouco tem sido lembrada.
E como citado por Luiz Alexandre Souza Ventura, em publicação do Portal Terra, o novo governo “terá de provar, no que diz respeito à população com deficência, que não é igual ao presidente em fim de mandato Jair Bolsonaro. Vai ter que mostrar na prática que trabalha pela população com deficiência, que realmente entende a importância das pessoas com deficiência para o País, terá de fomentar e aprovar políticas que garantam o respeito aos direitos das pessoas com deficiência, terá de cumprir promessas como a ampliação do acesso ao BPC (Benefício de Prestação Continuada, regulamentado pela Lei Orgânica de Assistência Social), tem de incluir num provável revogaço o Decreto 10.502/2020 de Bolsonaro, que instituiu a Polícia Nacional de Educação Especial, uma ameaça real à educação inclusiva, terá de atuar para que a Lei Brasileira de Inclusão seja regulamentada por completo e efetivamente aplicada em todo o País.“
Com informações do Portal Terra
Foto: Mart Production/Pexels
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